sexta-feira, 12 de agosto de 2022
A Umbanda em Guarapari - A História de Maria José
terça-feira, 9 de agosto de 2022
A Umbanda em Guarapari - A História de Anna
quinta-feira, 4 de agosto de 2022
História da Umbanda - Parte 3 - Alabanda... Aumbanda... Umbanda
“Vim para fundar a Umbanda no Brasil. Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos africanos e os índios nativos de nossa terra, poderão trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A pratica da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto”.
Zélio revelou que o nome original da religião foi Alabanda, onde Alá é uma palavra árabe que significa Deus e Banda, do lado de. Logo, Alabanda significaria Do lado de Deus. De acordo com Zélio, o nome foi dado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, como uma homenagem ao Orixá Mallet, que era malaio e muçulmano. Um ano depois, em 1909, o Caboclo das Sete Encruzilhadas mudou o nome da religião de Alabanda para Aumbanda, substituindo a palavra árabe Alá (Deus) para a palavra grega que possui o mesmo significado (Aum).
Embora o nome dado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas tenha sido Aumbanda, o que se firmou e acabou sendo divulgado foi Umbanda. Segundo a explicação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, não há nenhuma ligação do nome da religião com o sânscrito ou com o quimbundo, mas apenas com o árabe e com o grego.
terça-feira, 2 de agosto de 2022
A Umbanda em Guarapari - Huascar Cruz
Guarapari, pequena cidade litoranea situada `as margens do Oceano Atlantico, no Estado do Espirito Santo, tem nas areias monaziticas seu atrativo para turistas que procuram tratamento para reumatismos. Turistas oriundos de diversas partes do Brasil e do exterior que buscam nas chamadas areias pretas, a cura para seus problemas de saude. Devido a isto, recebeu a alcunha de Cidade Saude.
Guarapari, desde o inicio do seculo XX vem recebendo muitos turistas que saem do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo para visitar suas praias mais famosas, tais como a Praia da Areia Preta, Praia das Castanheiras e Praia do Morro. Muitos deles chegam a fixar residencia permanente ou adquirem algum imóvel para garantir sua estadia nas temporadas de maior fluxo, como no verão e nas ferias de julho.
sexta-feira, 29 de julho de 2022
História da Umbanda - Parte 1 - Introdução
Graças aos Pretos Velhos e à sua linguagem característica carregada de palavras utilizadas no período colonial brasileiro e aos seus maneirismos na utilização de cachimbos, pembas, velas e rosários, a Umbanda recebeu a fama de ser uma religião africana. Quiseram relegar os amados espíritos conhecidos como Pai Antônio, Pai Joaquim e Maria Conga ao gueto, considerando-os espíritos atrasados e cheios de vícios materiais. Devido aos banhos, remédios, charutos e brados de Caboclos conhecidos pelos nomes de Sete Flechas, Jurema e Pena Branca, lançaram o veredito de que a Umbanda era apenas uma das muitas ramificações da pajelança e dos extintos cultos indígenas brasileiros. Alguns quiseram até mesmo torná-la um pouco mais aceitável, buscando nos antigos povos Maias, Incas e Astecas, a origem milenar dos espíritos que se apresentavam como simples caboclos.
O sincretismo com outras crenças, fato extremamente necessário à expansão da Umbanda, causou comichões em vários teólogos e defensores da fictícia pureza das doutrinas já estabelecidas. A presença de determinadas imagens nos altares de Umbanda, algumas rezas e a utilização de objetos oriundos de ritos católicos despertou o furor de alguns beatos que passaram a acusar os umbandistas de hereges e os chefes de terreiro de falsos profetas da idade contemporânea. Outros, mais enfurecidos, iniciaram uma campanha silenciosa para descrédito da veracidade da existência de personagens históricos como São Jorge e os Santos Cosme e Damião, justamente pelo fato de serem honrados nos Pegis de Umbanda.
Foto do Zélio: Retirado do Site Registros de Umbanda, to texto de Fernando Guimarães
http://registrosdeumbanda.wordpress.com/2009/12/13/o-vereador-zelio-fernandino-de-moraes/
História da Umbanda - Parte 2 - A Anunciação
Qualquer iniciativa de explicação da origem da Umbanda deve levar em conta a importante parcela de colaboração que Zélio Fernandino de Moraes deu para o surgimento do culto que durante muitos anos foi relegado à marginalidade. O novo culto surgido no âmbito doméstico do carioca Zélio não trazia qualquer alusão a práticas criminosas em sua liturgia que contribuísse para uma atitude tão radical por parte de algumas autoridades políticas e religiosas desde então. A Umbanda deu os primeiros passos baseada no ritual que trazia uma liturgia simples, recheada de cânticos, rezas e orações. Grande parte das orações já era conhecida do povo cristão do início do século XX. Os símbolos e os ícones religiosos do primeiro altar levantado em nome da Umbanda pertenciam à crença popular da época, demonstrando, portanto, que o ritual não se baseava numa cultura desconhecida capaz de causar o espanto de ninguém. A mediunidade, mola propulsora da nova religião, era algo já explorado por benzedeiras e rezadores e estudado pelas primeiras congregações espíritas daqueles tempos. As manifestações, contudo, se limitavam a reuniões fechadas ao público comum. A explicação para tanta aversão está na novidade da crença e no preconceito em relação ao “diferente”, já que muitos têm o hábito de rechaçar, por medo ou por falta de conhecimento, aquilo que é novo e estranho.
A história do surgimento da Umbanda a partir da manifestação mediúnica de Zélio de Moraes difundida por todo o território brasileiro merece consideração e estudo profundo.
(¹) A respeito da casa espírita para onde Zélio Fernandino de Moraes fora conduzido, existem controvérsias que carecem de esclarecimentos, uma vez que a veracidade de todos os fatos conhecidos até então entra em conflito a partir do momento em que se torna pública a declaração de Yeda Hungria, Diretora de Divulgação da Federação Espírita de Niterói (atual Instituto Espírita Bezerra de Menezes).
Segundo a Diretora, a Federação não dispunha de sede própria à época dos acontecimentos relativos à visita de Zélio de Moraes, mas tão somente ocupava uma sala no Centro de Niterói, na Rua da Conceição, sendo impossível, portanto, que o Zélio tenha saído rapidamente da sala, buscado uma flor e colocado sobre a mesa de reunião mediúnica. É possível, todavia, que o Zélio tenha sido levado para algum Centro filiado à Federação de Niterói e, devido à repetição da história tradicional, o nome da casa tenha se perdido.
A Ata nº 1 da Federação relata que o presidente à época era o Sr. Eugênio Olímpio de Souza. Também “não consta o nome de nenhum José de Souza entre os membros da diretoria e muito menos na relação de associados. Tampouco consta no referido livro de atas a realização de reunião” no dia 15 de novembro de 1908. É importante ressaltar, entretanto, que por uma estranha coincidência, o sobrenome do presidente da Federação era o mesmo do citado na tradição oral.
Tais informações vieram à tona através do texto “Eis que o Caboclo veio à Terra “anunciar” a Umbanda”, publicado por José Henrique Motta de Oliveira, Mestre em História Comparada - UFRJ/ PPGHC, em História, imagem e narrativas, nº 4, ano 2, abril/2007 – ISSN 1808-9895.
Bibliografia:
SOUZA, Leal. O Espiritismo, Magia e as Sete Linhas de Umbanda. Rio de Janeiro: [s.n], 1933.
GUIMARÃES, Lucília; GARCIA, Éder Longas e MATA VIRGEM, Sociedade Espiritualista. A Origem da Umbanda. Disponível em: http://www2.odn.ne.jp/nec-j/pages/umbanda_orig.htm, Núcleo Espírita Cristão do Japão, último acesso: segunda-feira, 20/04/2009.
OLIVEIRA, José Henrique Motta de. Eis Que o Caboclo Veio à Terra “Anunciar” a Umbanda. Disponível em: http://www.historiaimagem.com.br, História, imagem e narrativas, nº 4, ano 2, abril/2007 – ISSN 1808-9895.
RIBEIRO, Lilia; Lucy e Creuza. Gira da Umbanda, Revista; Ano 1 – Número 1, 1972.
LUA, Brigith. Desenvolvimento Histórico Anterior ao Surgimento da Umbanda. Disponível em Grupo Casa de Umbanda, último acesso: terça-feira, 27/04/2010.
RIVAS, Maria Elise Gabriele Baggio Machado. O Mito de Origem, Uma Revisão do Ethos Umbandista no Discurso Histórico. São Paulo, Abril/2008. Trabalho de conclusão de curso Bacharelado em Teologia Umbandista – FTU Faculdade de Teologia Umbandista.
GUMARÃES, Renato. Registros Umbanda, Blog – Imagens. Último acesso em 13/12/2009.