quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Linha da Geração - Omulu

É o orixá que rege a morte, ou no instante da passagem do plano material para o plano espiritual (desencarne)
É com tristeza que temos visto o temor dos irmãos umbandistas quando é mencionado o nome do nosso amado Pai Omulu. E no entanto descobrimos que este medo é um dos frutos amargos que nos foram legados pelos ancestrais semeadores dos orixás em solo brasileiro, pois difundiram só os dois extremos do mais caridoso dos orixás, já que Omulu é o guardião divino dos espíritos caídos. O orixá Omulu guarda para Olorum todos os espíritos que fraquejaram durante sua jornada carnal e entregaram-se à vivenciação de seus vícios emocionais. Mas ele não pune ou castiga ninguém, pois estas ações são atributos da Lei Divina, que também não pune ou castiga. Ela apenas conduz cada um ao seu devido lugar após o desencarne. E se alguém semeou ventos, que colha sua tempestade pessoal, mas amparado pela própria Lei, que o recolhe a um dos sete domínios negativos, todos regidos pelos orixás cósmicos, que são magneticamente negativos. E Tatá Omulu é um desses guardiões divinos que consagrou a si e à sua existência, enquanto divindade, ao amparo dos espíritos caídos perante as leis que dão sustentação a todas as manifestações da vida.
Esta qualidade divina do nosso amado pai foi interpretada de forma incorreta ou incompleta, e o que definiram no decorrer dos séculos foi que Tatá Omulu é um dos orixás mais “perigosos” de se lidar, ou um dos mais intolerantes, e isto quando não o descrevem como implacável nas suas punições.
Ele, na linha da Geração, que é a sétima linha de Umbanda, forma um par energético, magnético e vibratório com nossa amada mãe Yemanjá, onde ela gera a vida e ele paralisa os seres que atentam contra os princípios que dão sustentação às manifestações da vida. Em Tatá Omulu descobri o amor de Olorum, pois é por puro amor que uma divindade consagra-se por inteiro ao amparo dos espíritos caídos. E foi por amor a nós que ele assumiu a incumbência de nos paralisar em seus domínios, sempre que começássemos a atentar contra os princípios da vida. Enquanto a nossa mãe Yemanjá estimula em nós a geração, o nosso pai Omulu nos paralisa sempre que desvirtuamos os atos geradores.
Mas esta “geração” não se restringe só à hereditariedade, já que temos muitas faculdades além desta, de fundo sexual. Afinal, geramos idéias, projetos, empresas, conhecimentos, inventos, doutrinas, religiosidades, anseios, desejos, angústias, depressões, fobias, leis, preceitos, princípios, templos, etc. Temos a capacidade de gerar muitas coisas, e se elas estiverem em acordo com os princípios sustentados pela irradiação divina, que na Umbanda recebe o nome de “linha da Geração” ou “sétima linha de Umbanda”, então estamos sob a irradiação da divina mãe Yemanjá, que nos estimula.
Mas, se em nossas “gerações”, atentarmos contra os princípios da vida codificados como os únicos responsáveis pela sua multiplicação, então já estaremos sob a irradiação do divino pai Omulu, que nos paralisará e começará a atuar em nossas vidas, pois deseja preservar-nos e nos defender de nós mesmos, já que sempre que uma ação nossa for prejudicar alguém, antes ela já nos atingiu, feriu e nos escureceu, colocando-nos em um de seus sombrios domínios. Ele é o excelso curador divino pois acolhe em seus domínios todos os espíritos que se feriram quando, por egoísmo, pensaram que estavam atingindo seus semelhantes. E, por amor, ele nos dá seu amparo divino até que, sob sua irradiação, nós mesmos tenhamos nos curado para retomarmos ao caminho reto trilhado por todos os espíritos amantes da vida e multiplicadores de suas benesses.
Todos somos dotados dessa faculdade, já que todos somos multiplicadores da vida, seja em nós mesmos, através de nossa sexualidade seja nas idéias, através de nosso raciocínio, assim como geramos muitas coisas que tornam a vida uma verdadeira dádiva divina. Tatá Omulu, em seu pólo positivo, é o curador divino e tanto cura alma ferida quanto nosso corpo doente. Se orarmos a ele quando estivermos enfermos ele atuará em nosso corpo energético, nosso magnetismo, campo vibratório e sobre nosso corpo carnal, e tanto poderá curar-nos quanto nos conduzir a um médico que detectará de imediato a doença e receitaria medicação correta.
O orixá Omulu atua em todos os seres humanos, independente de qual,. seja a sua religião. Mas esta atuação geral e planetária processa-se através de, uma faixa vibratória especifica e exclusiva, pois é através dela que fluem as irradiações divinas de um dos mistérios de Deus, que nominamos de “Mistério da Morte”. Tatá Omulu, enquanto força cósmica e mistério divino, é a energia que se condensa em torno do fio de prata que une o espírito e seu corpo físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o outro.
Neste caso ele não se apresenta como o espectro da morte coberto com manto e capuz negro, empunhando o alfanje da morte que corta o fio da vida. Esta descrição é apenas uma forma simbólica ou estilizada de se descrever a força divina que ceifa a vida na carne. Na verdade, a energia que rompe o fio da vida na carne é de cor escura, e tanto pode parti-lo num piscar de olhos quando a morte é natural e fulminante, como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-o todo até alcançar o espírito, que já entrou em desarmonia vibratória porque a passagem deve ser lenta, induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma passiva.
O orixá Omulu atua em todas as religiões e em algumas é nominado de “Anjo da Morte” e em outras de divindade ou “Senhor dos Mortos”. No antigo Egito ele foi muito cultuado e difundido e foi dali que partiram sacerdotes que o divulgaram em muitas culturas de então. Mas com o advento do Cristianismo seu culto foi desestimulado já que a religião cristã recorre aos termos “anjo” e “arcanjo” para designar as divindades. Logo, nada mais lógico do que recorrer ao arquétipo tão temido do “Anjo da Morte”, todo coberto de preto e portando o alfanje da morte, para preencher a lacuna surgida com o ostracismo do orixá ou divindade responsável por este momento tão delicado na vida dos seres.

Mitologia Africana

O culto a Tatá Omulu surgiu entre os negros levados como escravos ao antigo Egito, que o identificaram como um orixá e o adaptaram às suas culturas e religiões. Com o tempo, ele foi, a partir desse sincretismo, assumindo sua forma definitiva, até que alcançou o grau de divindade ligada à morte, à medicina e às doenças. Já em outras regiões da África, este mistério foi assumindo outras feições e outros orixás semelhantes surgiram, foram cultuados e se humanizaram. “Humanizar-se” significa que o orixá ou a divindade assumiu feições humanas, compreensíveis por nós e de mais fácil assimilação e interpretação.

De origem Jeje, é o deus da varíola, da peste e das doenças da pele. Omolu e Obaluaê, são as manifestações velho e jovem de um mesmo Orixá, chamado Xapanã. Suas cores são o vermelho, o amarelo e o preto, que veste sob capuz de palha-da-costa enfeitado com búzios. Seus colares são também de búzios e contas de louça branca intercaladas com pretas ou, então, brancas intercaladas com pretas e vermelhas. Dança portando um instrumento denominado Xaxará, espécie de cetro. Homenageado às segundas feiras. Sua saudação é Atotô!


Lenda: Houve uma festa e todos os Orixás estavam presentes. Menos Omolu que ficara do lado de fora. Ogum pergunta por que o irmão não vem e Nanã responde que é por vergonha de suas feridas causadas pelas doenças. Ogum resolve ajudá-lo e o leva até a floresta onde tece para ele uma roupa de palha que lhe cobre o corpo todo. O filá! Mas a ajuda não dá muito certo, pois muitos viram o que Ogum fizera e continuavam a ter nojo de dançar com o jovem Orixá, menos Iansã, altiva e corajosa, dança com ele e com eles o vento de Iansã que levanta a palha e para espanto de todos, revela um homem lindo, sem defeito algum.
Todos os Orixás presentes, ficam estupefatos com aquela beleza, principalmente Oxum,que se enche de inveja, mas agora é tarde, Omolu, não quer mais dançar com ninguém.
Em recompensa pelo gesto de Iansã, Omolu dá a ela o poder de também reinar sobre os mortos. Mas daquele dia em diante, Omolu declarou que somente dançaria sozinho!

Tatá Omulu não vibra menos amor por nós do que qualquer um dos outros orixás e está assentado na Coroa Divina, pois é um dos Tronos de Olorum, o Divino Criador.

Atotô, meu pai!


Fontes:
Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda
Luna e Amigos

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Procurador da FEDESP-ES Fala dos Direitos dos Sacerdotes

Em cerimônia realizada na Casa de Caridade Santo Antônio de Pádua, quando o Pai de Santo Antônio João Ribeiro recebeu o título de Sacerdote de Umbanda, o Procurador-Geral da Federação Espírita do Brasil no Espírito Santo - FEDESP-ES - José Levindo Sobrinho, abordou a questão dos direitos e deveres dos Sacerdotes umbandistas e do Candomblé.
Citando a  Lei 8.213 de 1991, Levindo falou a respeito do direito a aposentadoria a que faz juz todos os sacerdotes, inclusive os de Umbanda.
O tema é de suma importância para os sacerdotes religiosos que desejam receber todos os benefícios oferecidos pelo INSS, pois muitos não sabem e não conhecem os seus direitos e os benefícios que podem adquirir por meio da contribuição ao INSS como Ministro Religioso.

O Dirigente Espiritual pode e tem direito a todos os benefícios fornecidos pela Seguridade Social. O exercício da “profissão religiosa” está previsto na legislação brasileira. Não só para os representantes de outras religiões, mas também para os nossos sacerdotes e sacerdotisas da Umbanda e do Candomblé, sendo regido por uma legislação especifica a Lei 8.213 de 1991, que em seu artigo 11 é especificado que qualquer liderança religiosa é considerada um segurado da Previdência Social. Qualquer religião: Umbanda, Candomblé, Catolicismo, Evangélico e outras.
Portanto, há um código para recolhimento das contribuições especifico para o cargo de sacerdote, não havendo necessidade de pagar como autônomo, que uma categoria especificada para outras atividades, sendo que o contribuinte nesta categoria tem de pagar, além do INSS, Imposto Sobre Serviço (ISS), sendo que o Sacerdote pode contribuir na qualidade de Ministro Religioso, sem que precise pagar qualquer outro tipo de imposto, somente a contribuição para o INSS.
O Sacerdote, além de poder se aposentar como Ministro Religioso - podendo se aposentar por idade, tempo de contribuição ou aposentadoria por invalidez - poderá, caso necessite, receber outros benefícios oriundos da contribuição, sendo eles auxílio-doença, auxílio-acidente, auxílio reclusão, salário maternidade, pensão por morte (pago aos dependentes após o óbito do segurado).
Para que o Sacerdote tenha esses benefícios, ele precisa se inscrever e estar cadastrado no Regime Geral de Previdência Social, na qualidade de Ministro Religioso porque há um código específico para este tipo de contribuição, o qual lhe será atribuído um número de inscrição e será regido pelas Leis de Benefícios Previdenciários.
Lembrando que não importa quantos anos de idade ou de casa tenha o sacerdote, o importante é começar, pois além dos tipos de aposentadorias, a contribuição pode lhe proporcionar diversos benefícios.
É importante ressaltar, ainda, que a contribuição pode ser feita com base em 20% ou 11% (plano simplificado, somente não terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição), sendo que o valor que irá incidir o percentual pode ser programado, podendo contribuir com base no salário mínimo ou até o teto previdenciário.

Fonte de Pesquisa: Jornal do Axé.



segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Cosme e Damião e as Crianças na Umbanda



Por volta do século III, nasceram na Arábia dois irmãos gêmeos Cosme e Damião, filhos de família nobre estudaram medicina na Síria e depois foram para Egéia. Não se sabe como e nem em que momento, mas estes tornaram-se discípulos do Cristianismo.

Se utilizando da arte médica, tinham como intenção a conversão religiosa das pessoas, crendo no poder da oração aliado á medicina, conseguiram grandes êxitos pelas curas oferecidas e nunca cobravam por isso. Ganhando assim a simpatia de todos e muitos convertendo.

Chamou atenção dos governantes da época ainda “pagãos” e como provocaram a ira dos mesmos, em especial Diocleciano que os acusou de feitiçaria por não renunciarem a fé cristã, este os sentenciou para receber tormentos bárbaros. Vendo que isto não os abalava então determinou que os decapitassem. Assim Cosme e Damião morreram como mártir em 303 na Egéia.

São Cosme e São Damião são venerados como padroeiros dos médicos e farmacêuticos. Por causa da sua simplicidade e inocência, são invocados também como protetores das crianças.

NA UMBANDA:

São Cosme e São Damião foram sincretizados com a linha de trabalho das Crianças, sem precedente uma vez que no histórico dos mesmos ao contrário do que muitos pensam não eram crianças e não se declinavam especificamente á cuidar de crianças, por fim não se sabe precisar em que momento eles foram associados ás crianças, o fato é que todos nós adoramos a tão esperada festa de Cosme e Damião, comemorada no dia 27 de Setembro.

Doces, bolos, balas, brinquedos e guaraná são alguns dos ingredientes presentes nesta festa, na qual os templos de Umbanda invocam a linha das Crianças.

Quem são estes espíritos infantis?

O primeiro impacto quando alguém se depara com um adulto de chupetas no pescoço e brincando de carrinho ou boneca é gargalhada na certa. Depois vem a pergunta: são espíritos crianças?

Por muito tempo acreditou-se que sim, mas dentro do estudo das condições do espírito humano sabemos que esta idéia não procede de fato.

Existe uma vertente de pensamento que prega ser estes espíritos, seres adultos que tomam a forma infantil para desenvolver entre nós encarnados o propósito do trabalho. Porém fica outra dúvida: se a capacidade curativa e renovadora destes espíritos está na pureza de seu magnetismo, seria um espírito cheio de experiências assim tão puro?

A Ciência Divina, revelada na Teologia de Umbanda Sagrada explica que não. Existem várias dimensões da vida e uma delas chamamos de Encantada, onde lá habitam seres infantis, não que sejam seres de pouca idade, porém infantis quando citamos a pureza, inocência, magnetismo puro é disto que estamos falando.

No livro Arquétipos de Umbanda, de Rubens Saraceni, publicado pela Editora Madras, o autor cita na página 99 o seguinte trecho: “ O arquétipo fundamentou-se nos espíritos ainda infantis regidos pelas mães Orixás, encantadas da natureza, que os acolhem em seus vastos reinos na natureza em seu lado espiritual e os amparam até que cresçam e alcancem um novo estágio evolutivo, já como espíritos naturais” . Saiba que este processo é longo e demorado. Logo, estes espíritos infantis são maduros quando o assunto é Deus, pois da existência Dele não duvidam, é como se vivessem próximos do Criador e justamente esta falta de fé que nós encarnados demonstramos os entristecem.

Temos então na linha das Crianças, espíritos que nunca encarnaram, são “encantados” pois vivem numa dimensão paralela a nossa só que com magnetismos puros de sua natureza individual.

Como atuam?

Quando manifestados, este espíritos promovem profundas renovações magnéticas no complexo energético do encarnado, sutilizando nossas energias e nas suas “brincadeiras” nos ajuda a desbloquear sentimentos negativos, desta forma limpa as pessoas e as aliviam.

Por se manterem com intensa vibração pura é que facilitam as curas tão famosas.

Incorporados brincam com brinquedos e comem doces em geral.

Oferenda:

Para o dia 27 de Setembro, vá até um jardim limpo, deposite doces, balas, pirulitos, bolo, refrigerante, flores diversas, em círculo acenda 7 azul claro e 7 cor de rosa intercaladas.

Ofereça ás Crianças de Aruanda, faça seus pedidos de paz, prosperidade, alegria e cura.

Reze um pai nosso.

Bem leitor, espero ter contribuído para a compreensão do assunto ou ao menos instigar para a busca do mesmo.

Sobretudo vamos festejar a festa das santas crianças e principalmente cuidar das nossas crianças encarnadas, educar e preparar para que nossa nação possa num futuro ser melhor para todos, com mais honestidade e ética. E você adulto, não esqueça da criança que habita dentro de si, não perca a esperança, a alegria gratuita e a graça de viver. Também não deixe de ser sincero e transparente doa a quem doer, seja puro e viva com ética e faça do dia-a-dia e do seu meio algo mais agradável de viver. Pense nisso e seja feliz!

Abraços Fraterno.

Postado no Blog do Rodrigo Queiroz,  http://rodrigoqueiroz.blogspot.com.br/2007/09/cosme-e-damio-crianas-e-umbanda.html


(contato@tvus.com.br)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Conversa de Exu

“Salve companheiros!

Começaremos este breve comentário lembrando que nós somos seres espirituais encarnados em busca da evolução e aprimoramento da nossa alma. O Ritual de Umbanda Sagrada é uma religião fundamentada nos ensinamentos morais trazidos principalmente pelo Mestre Jesus, onde a lei principal é a Caridade, Amor e Fé.


Na Umbanda, jamais é permitido qualquer tipo de “trabalhinhos” de amarração, maldade, vingança e sentimentos parecidos. Dentro do corpo religioso da Umbanda, temos vários tipos de atuações espirituais, tais como: Caboclos, Preto Velho, Erês, Baianos, etc e Exu.


Muitas religiões atacam Exu como se fossem Demônios. Mas pense bem!


Caboclos, por exemplo, são espíritos que descem até os Templos para vos auxiliarem e vos orientarem para um bom caminho moral. Só que no astral da terra vocês são o tempo todo assediados e cercados de espíritos malignos esperando o momento certo para vos prejudicar. Então é quando os Exus entram em ação, para afastar estes maus espíritos de perto de vocês, claro que isto somente quando são merecedores.


Exu é um espírito comum a todos vocês que vem na Umbanda para fazer o Bem e manter a ordem dos trabalhos. Exu é a Polícia do Astral. Jamais um Exu verdadeiro cobra para fazer trabalhos, ou prejudica alguém, muito menos fazer amarração, nem são porcos e agressivos. Esta mania de Exu e Pomba Gira ficarem falando palavras de baixo calão, ridicularizando as pessoas, bebendo e comendo exageradamente é um perigo. Pois Exu mesmo não está ali, o que tem são espíritos mistificadores e zombeteiros enganando todo mundo para saciar seu ego. Exu verdadeiro (como somos chamados Exu de Lei) jamais aceita estes comportamentos. Cuidado com o seu sentimento irmão, se por acaso você pedir o mal para um Exu de Lei, pode ter certeza que você será encaminhado para prestar contas com a Lei Divina. Não pense que estes espíritos mistificadores fazem o que prometem, é pura farsa, eles estão te enganando para se alimentarem a suas custas, porque eles sabem que todo mundo tem um Exu de Guarda e eles não vão querer enfrentar um Exu.


Então ao invés de olharem para o próprio umbigo, busque Exu para esclarecimentos e auxílio para evoluir. Lembre-se, o Criador é Onisciente e Onipresente, Ele sabe de tudo e está em tudo, não pense que suas ações passarão despercebidas. Exu é o executor da Lei Divina e não faz o que quer.


A que ponto pode chegar à ignorância humana em visualizar estes seres espirituais como meros negociantes ilícitos, fazendo dos terreiros, balcão de negócios, em total dissonância com o bom senso e a Lei Suprema. Exu não é marionete. Exu não é o diabo. Exu é símbolo de dinamismo e aperfeiçoamento espiritual constante.


E você? O que pretende com Exu?"

(Mensagem ditada por
Sr. Tranca Ruas das7 Encruzilhadas
para Rodrigo Queiroz)

sábado, 11 de agosto de 2012

A Linha dos Exus

"Na África, Exu é um Orixá e seu culto difere da forma como são entendidos e tratados os que aqui incorporam em seus médiuns e dão passes e consultas.
Lá, Exu é um mensageiro que leva os pedidos das pessoas até os Orixás e traz as respostas.
Ele sempre é o primeiro a ser servido e a ser despachado, levando embora todos os problemas e perturbações.
É respeitado como um Orixá, nunca como um espírito.
Ele tem sua forma de ser cultuado e oferendado e tem seus sacerdotes, seu Omo-Exu (filhos de Exu) que o tem em grande estima e o trata com o mesmo respeito que dedica a todos os outros Orixás.
Quanto à Umbanda , não há culto aos Orixás sem presença de Exu. Mas ele, diferentemente da África, aqui recebeu uma linha à "esquerda" por meio da qual os espíritos manifestadores dos seus mistérios podem incorporar em seus médiuns e consultar as pessoas, auxiliando-as nas suas necessidades e dificuldades materiais ou espirituais.
Exu, na Umbanda, é uma Linha de trabalhos espirituais que se assenta e atua à esquerda dos seus médiuns.
Eles precisam ser oferendados nos seus campos de ação, tais como: nas matas, nos rios, nas lagoas, à beira-mar, nos cemitérios, nos caminhos, nas encruzilhadas, nas pedreiras, etc.
Os seus nomes simbólicos indicam seus campos de ações e onde devem ser oferendados.
Quando incorporam, são alegres, falantes, galhofeiros, sarcásticos, irônicos e até meio chulos. Tudo isso faz parte do arquétipo marcante que assumiram na Umbanda.
Seus nomes variam desde nomes dados a pessoas (João Caveira) até nomes indígenas (Marabá, Jibóia, Arranca-Tocos, Marambaia, Cipó, Folha-Seca, etc).
Todos são espíritos que já viveram na Terra, têm sua história e se tornaram Exus a duras penas, pois é sob a irradiação do Orixá Exu que estão evoluindo e servindo à Lei Maior.
Médiuns mal orientados ou mal doutrinados dão vazão aos seus recalques ou sentimentos íntimos negativos, e aí o seu "Exu de Trabalho" apresenta-se grosseiro, chulo, desrespeitoso.
Já com médiuns bem doutrinados e preparados, Exu não deixa de ser o que é, mas o é de uma forma agradável e respeitosa.
Cada médium tem um Exu guardião e um Exu de trabalho.
O Exu Guardião é ligado ao Orixá do médium e o Exu de trabalhos espirituais é ligado ao guia chefe ou ao mentor dos seus trabalhos.

Origem Africana

Muitos autores o descrevem como o primeiro Orixá a ser criado por Olorum, fato esse que o torna o primogênito na Teogonia Nagô.
Seu culto está associado à procriação e seu símbolo mais ostensivo é um cetro fálico. Inclusive, em alguns dos seus assentamentos, esse símbolo o identifica de imediato.
Uma das razões de ele ser o primeiro a ser oferendado é que, antes de algo existir no exterior de Olorum, só existia o vazio à volta de sua morada interior. E Exu é o Orixá regente do vazio.
Então, como só existia o vazio e era nele que tudo seria construído, qualquer coisa só poderia ser construída com a anuência de Exu.
Os Orixás concordaram em dar a primazia a primogenitura a ele, senão nada construiriam.
O vazio é anterior a tudo e Oxalá só pôde criar o espaço com a concordância de Exu, pois ele foi criado justamente em cima dos domínios de Exu.
Outro dos mistérios do Orixá Exu rege sobre a reprodução e refere-se a órgão genital masculino e sobre o vigor sexual.
Mas, esse e alguns outros mistérios regidos pro Exu não prosperaram em nossa cultura judaico-cristã que associa o sexo ao pecado original e estigmatiza qualquer alusão nesse sentido à ação do diabo.
Como quem vence e quem manda é a maioria, o melhor a ser feito com Exu era o que já haviam feito com os indígenas: cobri-lo com uma capa, vesti-lo com um calção qualquer e ocultar tão acintosa ascendência dele sobre os seres humanos, que procriam justamente com o auxílio do dito cujo, ostentado por esse enigmático Orixá em seu cetro fálico.
Colocaram na mão dele um novo símbolo: o tridente de Netuno, estigmatizado pelos cristãos novos como símbolo do maligno.
Outro dos mistérios de Exu são as cabaças, que simbolizam o útero e o poder procriador feminino. Se ele rege o mistério da sexualidade masculina, da feminina ele é o guardião.
Exu, de fato e de direito, é o guardião da sexualidade em seu aspecto feminino e sua ascendência é inegável." (1).

"Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èsù em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.
Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o Orun  (o mundo material ) e o Aiye (o mundo espiritual) seja plenamente realizada.
Na  época das colonizações, o Exu foi sincretizado erroneamente com o diabo cristão pelos colonizadores, devido ao seu estilo irreverente, brincalhão e a forma como é representado no culto africano, um falo humano ereto, simbolizando a fertilidade.
É comumente confundido com a figura de Satanás, o que é um absurdo na construção teológica yorubá, posto que não está em oposição a Deus, muito menos é considerado uma personificação do mal. Mesmo porque nesta religião não existem diabos ou entidades encarregadas única e exclusivamente de coisas ruins como fazem as religiões cristãs. Estas pregam que tudo o que acontece de errado é culpa de um único ser que foi expulso; pelo contrário, na mitologia yoruba, bem como no candomblé, cada uma das entidades (Orixás) tem sua porção positiva e negativa assim como o próprio ser humano.
Como tudo no universo possui de um modo geral dois lados, positivo e negativo, Exu também funciona de forma positiva e negativa. Daí ser Exu considerado o mais humano dos orixás, pois o seu caráter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas ações e atitudes" (2).


Lenda de Exu



"Exu é o cozinheiro de todos os Orixás. Mestre nos temperos, Exu faz de tudo na cozinha: axoxó, benguiri, omolocum, amalá, farofa... Tudo com muita pimenta!
Até que um dia falta pimenta na cozinha e Exu resolve fazer sem pimenta mesmo.
Xangô não gosta nem um  pouco e pede a Exu que pegue o cavalo e traga pimenta.
Enquanto Exu buscava pimenta, os Orixás começaram a comer a comida preparada por Exu, sem pimenta mesmo. E acharam foi bom!
Xangô quando vê a panela vazia, ordena aos Orixás que encham a panela com água.
Exu chega e, furioso ao ver sua panela cheia de água e sem comida, ordena: a partir de agora, Exu é o primeiro a comer e sem a comida de Exu, nenhuma comunicação acontece entre a Terra e os Orixás. No Candomblé, até hoje, toda cerimônia começa com padê, de Exu" (3).


(1) - UMBANDA, Os Arquétipos da, As Hierarquias Espirituais dos Orixás - Rubens Saraceni - 2007, Madras Editora Ltda, in Os Exus na Umbanda, pg 121-124.
(2) Exu (Orixá) - Wikipedia, a enciclopédia livre.
(3) Lenda do Orixá Exu (Esú) - postado no Youtube no canal de Victorcabreu.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Agosto, Mês de Exu... Quem Disse Isso?!?

O mês de agosto é considerado um mês aziago, de mau agoro e péssimo para empreitadas de negócios, viagens e casamentos. Esta é a crendice vulgarmente conhecida e passada de pai para filho ao longo dos anos.
De acordo com a crença nordestina, o dia mais aziago do ano é 24 de agosto, dia de São Bartolomeu, quando o diabo se solta do inferno. Pereira da Costa escreve (Folclore Pernambucano): "O diabo aparece furtivamente, iludindo a vigilância dos arcanjos, que o trazem sob as suas vistas, armados de flamejantes espadas; mas, no dia de São Bartolomeu, a 24 de agosto, solta-se licenciadamente, e fica em plena liberdade. Por isso é prudente a gente prevenir-se para não cair nas suas ciladas(...) Agosto é um mês aziago, é um mês de desgostos; e é de mau agouro para casamentos, mudança de casas e o empreendimento de qualquer negócio de importância."
Leonardo Mota também registrou (Violeiros do Norte): "Escreveu o Barão de Studart, num rol de superstições cearenses: "Não se deve empreender viagem, dia de São Bartolomeu (24 de agosto) porque nesse dia o diabo anda solto". Pois bem: os irmãos Branesse, fugitivos da Penitenciária de Fortaleza e que, aliás, eram dados a superstições, porquanto os seus cadáveres foram encontrados com patuás, empreenderam nesse dia a viagem... da Eternidade, em fatal encontro com o destacamento do capitão Bezerra de Maria. Foi isso exatamente no dia 24 de agosto, isto é, sexta-feira da semana passada, o tal dia de São Bartolomeu, em que não se deve empreender viagem. Essa superstição sobre o 24 de agosto é comum em todo o nordeste."
"Em dia de São Bartolomeu tem o demo uma hora de seu." (Jaime Lopes Dias, Etnografia da Beira, v. III, 158, Lisboa, 1929).
João Alfredo de Freitas diz: "Há uns dias durante o ano, a que chamam aziagos, que trazem sempre um desastre para os pobres viventes. É nesses dias que se soltam as almas. Elas, as prisioneiras que passam a vida tristonha e macambúzia, sentem o maior dos prazeres, em verem-se livres um momento. Um milhão de idéias invadem-lhe o crânio e, então, quantas pilhérias não imaginam fazer aos habitantes do nosso planeta, que as temem em excesso?".
Ora, o 24 de agosto ficou conhecido mundialmente como o dia em que os católicos assassinaram covardemente milhares de protestantes na noite que ficou conhecida como a "Noite de São Bartolomeu". E é por causa dessa crença no dia mais aziago (azarento, funesto) do ano que muitos seguidores das religiões africanistas definiram como sendo o dia de Exu Tranca Ruas das Almas, já que preconceituosamente, o Exu africano foi associado ao Diabo das crenças cristãs. E,assim, o mês inteiro foi consagrado a Exu, como se esse Orixá Africano fosse o próprio "Coisa-Ruim".
Pois bem, a verdade é que Exu não é o diabo e não se presta à prática do mal, como muitos erroneamente acreditam e divulgam. Exu é combatente do mal. É ele quem tem a incumbência de proteger os homens das investidas malfazejas de espíritos atrasados, enfermiços e que se comprazem no mal. Sendo um soldado da Lei, é ele quem tem a tarefa de executar a Lei Cármica naqueles que a infringem sob o seu livre-arbítrio.
É com esse propósito de aniquilar as forças do mal que os umbandistas oferendam a Exu nos pontos de força exatamente no mês de agosto.

(Baseado em CASCUDO, Luís da Câmara, Dicionário do folclore brasileiro e MOTA, Leonardo, Violeiros do norte)

Você Sabia...?

Você sabia...

Que a Umbanda é uma religião surgida no Brasil, no início do Século XX, e os primeiros registros históricos informam que isto aconteceu numa sessão espírita?

Que o médium Zélio Fernandino de Moraes recebeu a incorporação de um Espírito que se identificou com o nome de "Caboclo das Sete Encruzilhadas"?

Que o Caboclo das Sete Encruzilhadas, anunciador da Religião de Umbanda, determinou que nos cultos umbandistas não deveria existir o sacrifício de animais e que as vestes ritualísticas dos seus seguidores deveriam ser brancas?

Que dentro da Religião de Umbanda há inúmeras correntes de pensamentos diversificando assim os rituais e as formas de Culto, porém mantendo a essência dos seus fundamentos?

Que no dia 16 de maio de 2012, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.644, a qual institui o Dia Nacional da Umbanda, a ser comemorado todo dia 15 de novembro a partir do ano de 2012?

Exu... Nem Anjo, Nem Demônio.

Exu é um dos grandes pontos de conflito nas religiões de raíz africana com relação às outras religiões, por falta de entendimento, pela ignorância e pelo preconceito.
Muitos acreditam que os Exus são Demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regozijam com as desgraças que podem provocar (Stephen King perto deles é um pobre inocente).
É necessário entender que no sincretismo afro-católico (imposto num processo de aculturação dos negros pelos padres católicos) os Orixás foram associados a Santos Católicos, inclusive Exu (Bará), que é representado por Santo Antônio. Mas, porquê este Orixá, irmão de Ogum - conforme a tradição africana, animado, gozador, alegre, extrovertido, sincero e sobretudo amigo, foi comparado ao Diabo das profundezas dos infernos?
Esta história tem origem há 6.000 anos, na Mesopotâmia.
Na Mesopotâmia os males da vida que não constituíssem catástrofes naturais eram atribuídos aos Demônios (até hoje essa crença permanece...).
Os Sacerdotes , para combater as forças do mal, tinham que conhecer o nome dos Demônios e faziam enormes listas quase intermináveis. O Demônio mau era conhecido genericamente como UTUKKU . O grupo de sete Demônios maus é com frequência encontrado em encantamentos antigos. Se dividiam em machos e fêmeas. Tinham a forma de meio-humano e meio-animal: Cabeça e tronco de homem ou mulher, cintura e pernas de cabra e garras nas mãos. Tinham sede de sangue, de preferência humano, mas, aceitavam de outros animais. Os Demônios frequentavam os túmulos, caminhos (encruzas), lugares ermos e desertos, especialmente à noite.
Nem todos eram maus, haviam os Demônios bons que eram evocados para combater os maus. Demônios benignos eram representados como Gênios Guardiões, em número de sete, que guardavam as porteiras, portas dos templos, cemitérios, encruzas, casas e palácios.
A Demonologia Mesopotâmica influenciou diversos povos: Hebreus, Gregos, Romanos, Cristãos e outros. Sobrevive até hoje nos rituais Satânicos espalhados pelo mundo.
No Brasil, no período colonial, os negros africanos dançavam e, em transe, assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os negros escravos dizendo que eles estavam possuídos por Demônios.
Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os negros ofereciam aos Exus, e isto reafirmou a idéia de que eles estavam "possuídos por demônios".
As cores ritualística de Exu (vermelho e preto), também reafirmaram os medos e a fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.
Assim, o que aconteceu foi uma associação indevida, maldosa, dos demônios Judaico-Cristãos aos Exus da Quimbanda, e ainda ao Orixá Exu (Bará), simplesmente por similaridades em relação a cores, moradas, manifestação de personalidade, etc. Com o tempo, isto foi caindo no gosto popular, na psique de pessoas mentalmente e espiritualmente perturbadas e começou a se construir "a visão", de que Exu é o Demônio.
Muitos médiuns despreparados e anímicos, ou perturbados mental e espiritualmente, recebiam Exus que diziam-se Demônios. Nessa onda de terror, ou de horror, alguns autores Umbandistas do passado, por falta de conhecimento ou por ignorância, fizeram tabelas de "nomes cabalísticos dos diabos" associando esses nomes aos Exus de Quimbanda.
Comerciantes inescrupulosos ou, simplesmente, ignorantes, criaram imagens de Exus com aparência de Demônios, cada vez mais medonhos e aterradores (chifres, rabos, partes de animais... ) construindo no imaginário de muitos médiuns e da população brasileira o estereótipo de Exu = Diabo, Exu = Satanás, Exu = Coisa Ruim.
Hoje em dia, as casas Africanistas (centros, terreiros, tendas...) estão abolindo essas imagens e condenando o seu uso devido aos estudos, pelo conhecimento e pela orientação dos reais Exus. Porém, o mal foi feito, o estereótipo atingiu a psique das mentes mais fracas e, muitas vezes, vemos em certos canais de televisão, a invocação dessas aberrações e a indevida associação aos Exus de Quimbanda. O que podemos dizer é que quem invoca a Deus, Deus o tem. Quem invoca o Diabo, o Diabo o tem.
Algumas correntes religiosas estão alimentando na população a visão de que a culpa para as mazelas de suas vidas são os Exus (ou, como dizem, o Diabo), os quais se manifestam babando, com as mãos tortas, grunhindo, gritando "vou levar! vou levar...!!!", todos tortos e formatados dentro de um psique moldado e caricato.
Essas religiões estão alimentando o medo, a ignorância, o preconceito, a discriminação e a ilusão de que a dor alheia é aplicada pelas religiões africanas e pelos seus Guias, principalmente os Exus.
Exu combate o mal. É um executor da Lei, é justo, tem tranquilidade em suas decisões e em seus trabalhos. Ele não é, e nunca foi o Diabo... Nem tampouco Anjo.

Post baseado no texto de Pai Guilherme d'Bará, originalmente publicado no Blog Abassá Babá Oke Bará Lanã

terça-feira, 19 de junho de 2012

Projeto de Lei Proíbe Sacrifício de Animais em Rituais Religiosos

Foi publicado no Diário Oficial, no dia 15/10/2011, o Projeto de Lei 992/2011, de autoria do deputado Feliciano Filho, que proíbe a utilização e o sacrifício de animais em rituais religiosos no estado de São Paulo.
O projeto atende à solicitação de muitos defensores e protetores dos direitos dos animais que vêm lutando em todo o Brasil pelo fim dessa prática. Afinal, a constituição estabelece que é papel do Poder Público vedar, na forma da lei, práticas que submetam os animais a crueldades (Art. 225º).
A ideia é também fazer valer o artigo 32 da Lei Federal de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998), que pune quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais – com agravante se o animal morrer. Em São Paulo, a prática seria ainda passível de multa no valor de R$ 5.235,00 por animal.
“Somos favoráveis à preservação e ao incentivo às tradições e manifestações culturais, bem como ao exercício dos cultos e liturgias das religiões de matriz africana,” afirmou o deputado. “Contudo, não podemos permitir que animais indefesos sofram esta crueldade.”
O projeto começa a tramitar esta semana e deve ir a votação no início do ano que vem.
Com base nessa notícia participe da nossa enquete: "O sacrifício de animais é necessário na Religião de Umbanda?"

Leia o Projeto na íntegra:




PROJETO DE LEI Nº 992, DE 2011

Proíbe o uso e o sacrifício de animais em práticas
de rituais religiosos no Estado de São Paulo
e dá outras providências.



A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECRETA:


Artigo 1º - Fica proibido a utilização e/ou sacrifício de animais em práticas de rituais religiosos no Estado de São Paulo.


Artigo 2º – O descumprimento do disposto na presente Lei ensejará ao infrator, a multa de 300 UFESP’s (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo) por animal, dobrando o valor para cada reincidência.


Artigo 3º – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.




JUSTIFICATIVA


A Constituição da República Federativa do Brasil estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (art. 225º, VI). Para assegurar a efetividade desse direito, incube ao Poder Público: Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (§ 1º, VII).


Somos favoráveis à preservação e ao incentivo às tradições e manifestações culturais, bem como ao exercício dos cultos e liturgias das religiões de matriz africana, contudo, não podemos permitir que animais indefesos sofram esta crueldade.


Por todo o exposto, contamos com a colaboração desses Nobres Pares para aprovação do Projeto de Lei em tela.


Sala das Sessões, em 11/10/2011


a) Feliciano Filho – PV


sábado, 16 de junho de 2012

A Linha dos Ciganos

A corrente astral de Umbanda é aberta a todos os espíritos que queiram praticar a caridade, independentemente de suas origens terrenas e de suas encarnações. Houve época em que dirigentes umbandistas não aceitavam ciganos em seus trabalhos, mas a Umbanda acolhe em suas linhas de trabalho todos os filhos de Deus que queiram praticar a caridade.
Tamanha foi a simpatia do povo umbandista pelas entidades ciganas e grande foi a seriedade do seu trabalho, orientando com sabedoria, ensinando a beleza da criação e a alegria de viver, que foi criada uma “Linha” de ação específica para eles, com sua própria hierarquia, magia e ensinamentos.


Filhos do Vento – O Arquétipo da Liberdade

Uma característica marcante do povo cigano é a liberdade, em relação às nacionalidades, aos padrões sociais e aos preconceitos que escravizam. Os ciganos são poeticamente denominados “Filhos do Vento”, por sua liberdade, fluida mobilidade e errância, sempre ao sabor do vento, percorrendo os quatro cantos do mundo em sua mágica trajetória. Profundos conhecedores dos caminhos, em sua saga milenar vêm recolhendo conhecimentos iniciáticos de todas as culturas e tradições.
Outra característica marcante é o seu conhecimento magístico e curandeiro, principalmente nos campos da saúde e do amor. É lendária a vidência de seus magos e sacerdotisas, que utilizam o elemento espelho, para refletir o Tempo, a memória ancestral, os conhecimentos, a arte da cura e dom da vidência. Por meio das cartas ou outros suportes materiais como bolas de cristal, estrelas do mar e simples copos de água, o futuro, o presente e o passado desdobram-se no vórtex temporal de suas visões.
Regidos pelo Tempo (Oiá) e pelo espaço (Oxalá), o povo cigano se move livremente tanto no espaço como no tempo.

Os Ciganos na Umbanda

Na Umbanda, a presença de ciganos tem sido cada vez mais constante e, em muitos terreiros, eles próprios já pedem para que seus médiuns trabalhem com a roupa branca e tenham apenas os seus elementos magísticos, como lenços, baralhos, espelhos, adagas, anéis e outros. Nos dias de suas festas, podem ser utilizados os violinos, a cítara, a viola, os pandeiros e outros instrumentos característicos. A saudação a eles é: Salve os Ciganos!
É uma linha espiritual especial, cujas entidades trabalham na irradiação dos diversos orixás, mas louvam sua padroeira, Santa Sara Kali. Seus trabalhos também podem ser sustentados por Pai Ogum – orixá do ar , ordenador dos caminhos – e por mãe Egunitá – o fogo purificador – pois os ciganos sempre estão ao redor de suas fogueiras.
Na Linha dos Ciganos encontramos espíritos que tiveram encarnações como ciganos e também espíritos que foram atraídos para essa linha por afinidade com a magia cigana. Por isso, os ciganos na Umbanda não têm obrigatoriamente que falar espanhol ou romanês, ler cartas ou fazer advinhações. Há os espíritos ciganos que fazem isso porque já o faziam quando encarnados e outros não.
“O “povo” cigano tem suas cerimônias próprias e tem seus rituais coletivos adaptados à Umbanda e suas sessões são muito apreciadas e muito concorridas, pois seus trabalhos estão voltados para as necessidades mais terrenas dos consulentes. É uma linha espiritual em franca expansão e temos até linhas de esquerda “ciganas”, tais como a do Senhor Exu Cigano e da Senhora Pomba-Gira Cigana, muito procurados pelos consulentes quando se manifestam nas sessões de trabalhos espirituais.” (Saraceni, Rubens – Umbanda Sagrada – Madras Ed.)
Os primeiros ciganos acolhidos no Brasil no século XVI, enviados de Portugal como degredados, em 1574, para aqui trabalharem como ferreiros e ferramenteiros. Só vieram como autônomos a partir do século XIX, acompanhando o séqüito de D. João VI.
Na Umbanda, atuam como guias espirituais, de maneira extremamente respeitosa e sempre procuram mostrar o caráter fraterno do povo cigano, seu respeito com o alimento e a capacidade de repartir o pão. Aceitam o ritual umbandista, como meio evolucionista, e retribuem com suas ricas orientações e com a alegria de seus cantos e de suas danças.

Escrito por Mãe Lurdes de Campos Vieira
Publicado originalmente no Site: Templo de Umbanda Sagrada Sete Luzes Divinas

A Linha dos Caboclos

Caboclo, na Umbanda, é um mistério, uma linha de trabalho, uma falange, um grau. É o identificador de entidades que trabalham na vibração ligada a Oxóssi, o orixá das matas e do conhecimento.
Nas linhas de ação e trabalho dos caboclos “são incorporados milhares de espíritos cujas religiões não eram a ioruba nem a indígena brasileira. Mas todos têm uma forma de incorporação bem característica” ...
“Na Umbanda, os caboclos têm uma função relevante, pois são eles que assumem a frente nas linhas de trabalho dos médiuns. Os caboclos são o elo de ligação do médium com os orixás”. “Nas linhas de caboclos estão ocultos sob formas plasmadas grandes sacerdotes desencarnados já há muitos séculos, muitos sábios, filósofos, professores e sacerdotes dos mais variados rituais...”) (Rubens Saraceni – Umbanda Sagrada – Madras Ed.)
O arquétipo do caboclo índio brasileiro é bastante forte e “só espíritos com uma noção superior sobre as verdadeiras leis da vida poderiam ser enviados à Terra para, incorporados em seus médiuns, orientar os infelizes encarnados ... Só mesmo os nossos índios simples e cultuadores da verdadeira irmandade poderiam pregar o amor entre pessoas mais preocupadas com o sucesso pessoal do que com o bem-estar dos seus semelhantes”. (Rubens Saraceni - Os Arquétipos da Umbanda – Madras Ed.)
Os caboclos representam a simplicidade, a humildade, a coragem e a persistência. Os índios tinham elevadíssimas noções de conduta e moral e a mentira, a dissimulação e a falsidade não se desenvolveram entre eles. Pela moral, caráter, espiritualização, fraternidade, etc., a Umbanda tem no índio um dos graus mais elevados e o arquétipo para esta linha de ação e trabalho.
Os caboclos são o braço forte da Umbanda; representam a força e a energia dos trabalhos, agindo sempre com muita altivez, como desbravadores dos caminhos da espiritualidade e da fé. São espíritos que se apresentam fortes, vibrantes e trazem as forças da natureza e a sabedoria no uso das ervas. É na irradiação benéfica das matas que espíritos são curados, doutrinados e encaminhados pelos caboclos.
“Os caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é justo e bom para todos. ... Ajudam-nos a entrar na macaia (a mata que simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as dificuldades) e, se preciso, caçar os bichos do mato (vencer as interferências espirituais negativas)”.
Há caboclos(as) na irradiação de todos os Orixás, mas a linha de trabalho dos nossos queridos Caboclos e Caboclas no ritual de Umbanda Sagrada é sustentada pelo mistério Orixá Oxossi. Os caboclos e caboclas são doutrinadores de nossa Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração. São trabalhadores dos mistérios à direita dos Sagrados Orixás.
Sua linha é forte, pois são aguerridos, persistentes e movimentam essências dos Tronos de Deus. São espíritos que se consagraram aos mistérios dos Orixás e servem à sua direita, com um nome simbólico que identifica a “falange” na qual eles trabalham.
 
Autor: Mãe Lurdes de Campos Vieira
Publicado originalmente no Site: Templo de Umbanda Sagrada Sete Luzes Divinas

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Banho de Ervas na Umbanda

Para os médiuns umbandistas, banhos de ervas são fundamentais.
Eles servem principalmente para limpar as energias negativas que estão impregnadas no corpo áurico, consequentemente, expelem influências de espíritos negativos. Ainda reequilibram e aumentam a capacidade mediúnica facilitando a incorporação e desobstruem os chacras ajudando a equilibrar o corpo físico e emocional. Obviamente que esses benefícios não são restritos a médiuns, mas a QUALQUER PESSOA.

Na Umbanda, especificamente, utilizamos ervas e flores em quase todos os rituais, inclusive nas giras e nas oferendas ritualísticas. Já os banhos de ervas são, de maneira geral, utilizados para que haja uma troca energética, é uma importante “ferramenta” natural que nos auxilia e nos proporciona enorme bem.
Certamente que o melhor banho é aquele que o Guia ou o Pai/Mãe Espiritual aconselha ou orienta, afinal, é importante ir de acordo com nossas reais necessidades, aquelas que muitas vezes não conhecemos ou entendemos. Sei que algumas vezes essas informações não chegam até nós e aí, precisamos buscar um pouco de conhecimento, alguns punhados de bom senso e uma pitada de intuição misturados com muita coerência e fé.
Lidar com erva e planta (ou mesmo com banho de erva) é extremamente complexo. Elas, penso eu, são como gente, cada uma tem uma preferência, uma forma específica de melhor viver, florescer, doar, ceder ou se defender. Elas possuem um jeito especial e particular de “falar” conosco e que, dependendo de nossa energia, também “respondem” de forma especial e particular; isso quer dizer que um banho de ervas, dependendo da energia pessoal de cada um, pode causar reações diferentes entre nós. Portanto, é importante ter boas orientações, ok?
Mas vale saber, existem algumas ervas e flores que são harmonizadoras e que não causam malefício algum, portanto, podem ser jogadas da cabeça (coroa) para baixo, inclusive nas crianças. Essas ervas/flores são: camomila, alfazema, rosa branca e sálvia.
E para aqueles que conhecem um pouco mais sobre ervas e Orixás, vale muito a pena unir a energia do dia da semana e do Orixá com as ervas, ou seja, aproveitar, por exemplo, terça-feira – dia da semana que é relacionado a Ogum - para tomar banho com ervas de Ogum. Um AXÉ todo especial no banho que se potencializa com nossa louvação e fé.
Vejam abaixo algumas ervas específicas aos dias da semana e aos Orixás, mas esclareço que dependendo da doutrina ou da tradição religiosa outras relações entre os dias da semana e os Orixás acontecem, por exemplo, existem terreiros que relacionam domingo com Nanã Buruque e outros ainda, com Oxalá, portanto, não esqueçam do bom senso, da coerência e da boa orientação.

Segunda-feira – Exu, Almas, Obaluaye – levante, folha de fumo, arruda, folha de figo. Importante tomar cuidado com essas ervas, elas são fortes e servem para descarrego, dessa forma, podem causar reações energéticas.

Terça-feira – Ogum – espada de Ogum, losna, aroeira, abre-caminho, jurubeba, São Gonçalinho, folha de manga, folhas de romã, samambaia, salgueiro.

Quarta-feira – Xangô – barba de velho, hortelã, erva de São João, lírio, urucum.

Quinta-feira – Oxóssi – acácia-jurema, samambaia, capim limão, guiné, alecrim, erva doce, eucalipto, manjericão.

Sexta-feira – Oxalá – boldo (tapete de Oxalá), narciso, hortelã, erva cidreira, eucalipto, alecrim, levante, alfavaca, girassol, avenca e manjerona.

Sábado – Iemanjá/Oxum – hortelã, lágrima de nossa senhora, rosa branca, boldo, avenca, folha de laranjeira, jasmim, alfazema, açucena, ipê amarelo, alfavaca, poejo.

Domingo - Linha das Crianças ou Ibejadas – levante, verbena, rosas, erva doce, guaraná, alecrim, trevo, folhas de anil.

E seguem mais algumas dicas legais que podem facilitar ou inspirar mais um pouco a prática do Banho de Ervas tão transformadora e benéfica para todos nós.
Os banhos de ervas secas devem ser preparados por infusão – ativar as ervas, colocá-las em um recipiente e derramar água fervente sobre elas. Tampar e deixar por 15 min. Coar e tomar o banho após o banho de higiene. Caules, raízes mais grossas e talos duros, como as espadas, devem ser fervidos por um período médio de 30 min.
Os banhos de ervas frescas devem ser preparados por maceração – colocar em um recipiente com água as ervas e macerá-las por alguns minutos, podendo aquecer levemente, coar e tomar o banho após o banho de higiene.
Os banhos normalmente devem ser preparados com números ímpares – com uma, três, cinco, sete ervas.
Potencializamos o Poder energético e natural do banho quando usamos águas naturais – como água de rio, chuva, cachoeira, poço, mar, etc.

BANHO NATURAL – são banhos que realizamos em sítios energéticos onde as energias estão em abundância. Neste caso, não precisamos nos preocupar em não molhar os chacras superiores (coronário e frontal) localizados na cabeça. Aliás é uma ótima chance de naturalmente tratar da “coroa”, claro que se realizados em locais livres da poluição.
Dentre eles podemos destacar:

Banho de mar: Ótimo para descarrego e para energização – importante ser realizado em mar com ondas. A energia salina do mar “queima” as larvas e miasmas astrais.

Banho de cachoeira: com a mesma função do banho de mar, só que executado em águas doces. A queda d’água provoca um excelente “choque” em nosso corpo, restituindo as energias ao mesmo tempo em que limpamos toda a nossa aura.

Banho solar: é todo banho tomado durante o dia, mesmo que esteja nublado (sem sol). A energia solar vitaliza e energiza, pois o sol fornece o “Prana” que alimenta nossa alma.

Banho lunar: é todo banho tomado à noite, desde que a Lua esteja descoberta (não pode haver nuvens). São os banhos que apresentam um aspecto magnético, frio, úmido e calmante.

Sei que parece estranho falar em ‘banho solar’ e ‘banho lunar’, mas a ideia aqui é se colocar sob o sol ou a lua com serenidade, consciente da intensa energia natural direcionando-a para o chacra coronário. É imaginar uma espécie de funil sobre a cabeça e permitir a entrada do forte magnetismo do sol ou da lua deixando-o percorrer o corpo com naturalidade e espírito de agradecimento. São apenas alguns minutos (15) de concentração leve, de respiração pausada e serenidade interna para se beneficiar dessa imensa energia, para sentir as melhoras internas e externas em todos os sentidos

Posted on junho 12, 2012 by Mãe Mônica Caraccio


Texto publicado originalmente no Site Minha Umbanda sob o título: "A Diferença é Certeira".

terça-feira, 12 de junho de 2012

Presidenta Dilma Institui o Dia Nacional da Umbanda

Os umbandistas comemoram seu fortalecimento.
Em apenas dois artigos, no último dia 16 de maio, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.644, que institui o Dia Nacional da Umbanda, a ser comemorado todo dia 15 de novembro a partir do ano de 2012.
O projeto de tornar constitucional o Dia da Umbanda, já comemorado em algumas regiões do país, propõe a liberdade de crença e o livre exercício dos cultos religiosos, fortalecendo ainda mais a luta contra a discriminação e intolerância religiosa.
Junto à Presidenta Dilma, assinaram a Lei a Ministra da Cultura Anna Maria Buarque de Hollanda, filha de Maria Amélia e do historiador e sociólogo Sérgio Buarque e irmã do cantor Chico Buarque, como também a Ministra da Igualdade Racial, Luiza Helena de Bairros, socióloga reconhecida como uma das principais lideranças do movimento negro no Brasil.

 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Antônio, o Santo de Todo o Mundo

A situação religiosa da Europa na época em que viveu Antônio de Pádua, estava caótica. A Igreja Romana perseguia e matava milhares de pessoas em nome do amor de Jesus, do perdão e da paz.
Com a desculpa de catequizar os "hereges" da Igreja Grega e os "pagãos" seguidores de Maomé, a Igreja Católica Romana incitava o clero e demais fiéis a saírem em diversas empreitadas a fim de saquear os seus opositores, através do que ficou conhecido como "as Cruzadas".
O poder da Igreja deixou de ser eterno e espiritual para se transformar em um poder político e temporal. O Papa, cheio de riqueza e poder, era o centro de todas as intrigas políticas da época. Contudo, ninguém sequer abria a boca em sinal de protesto, tamanho era o medo causado pelas fogueiras, pela excomunhão e pelas masmorras.
Nessa época, ganhava fama a ordem inaugurada por Francisco de Assis. Diversos homens encontraram nas palavras de Francisco, a força e a coragem necessárias para propagarem a fé verdadeira no Cristo Jesus. Porém, o fanatismo dos novos franciscanos foi motivo de muitas atrocidades e resultados insatisfatórios junto aos povos.
Certa vez um grupo de cinco frades franciscanos foram massacrados em Marrocos devido à sua impetuosidade em evangelizar os maometanos. Seu radicalismo era tão excedente que eles se referiam a Maomé como "maldito, profano, sujo e maligno profeta".
O fanatismo e a intolerância dos frades eram tão grandes que foram então fendidos à espada e degolados.
Esse massacre dos frades franciscanos entusiasmou o jovem Fernando de Bulhões, que resolveu seguir o exemplo de abnegação dos frades e entrou para o convento franciscano fundado pela rainha D. Urraca, mulher de Afonso II, em Olivais, Coimbra. Assim, aos 25 anos de idade, em 1220, abandona o nome de batismo e adota o nome de Antônio, padroeiro do convento de Olivais.
Logo assim que tomou ordens no convento de Olivais, quis Antônio seguir para a África, a fim de sofrer os martírios em nome da fé. Porém, tão logo chegou no continente, adoeceu gravemente e foi reembarcado para a Espanha, mas o navio em que estava Antônio saiu de sua rota e foi aportar na Itália, na costa de Taormina, Sicília. Dirigiu-se para Messina e lá convalesceu durante dois meses.
Antônio permanecia ignorado enquanto convalescia até que certa vez surgiu a oportunidade de iniciar as demonstrações de seus dons mediúnicos. Dons estes que encheram de luz e maravilhas, ditos como milagres, as terras da Itália e da França.
Em Porciúncula reuniram-se cerca de 3.000 frades franciscanos numa assembléia em que Francisco de Assis, fundador da Ordem, foi o presidente. Antônio lá compareceu, mesmo sem ter sido convocado, e porque era figura inteiramente desconhecida, não foi sequer notado. Juntando-se ao fato de ser tão franzino e ainda estar em convalescência, Antônio era modesto e humilde, e escondia cuidadosamente suas qualidades mediúnicas.
Porém, noutra ocasião, numa assembléia ocorrida em Forli, na Itália, entre franciscanos e dominicanos, foi que surgiu a oportunidade para Antônio. No refeitório, o prelado pediu aos frades que dissessem algumas palavras evangelizadoras. Após várias recusas dos frades, em tom de zombaria, forçaram o insignificante Antônio a fazer a pregação evangelizadora. Ele escusou-se, mas disseram: "Diz o que o Espírito Santo sugerir".
Antônio começou a falar e iniciou pelo temor de Deus e, aos poucos, foi se infiltrando nos pontos delicados da doutrina e da prática do cristianismo demonstrando um profundo conhecimento das Sagradas Escrituras. Assustados, informaram o caso a Francisco de Assis e dentro de pouco tempo, foi transformado em pregador eminente. Junto às pregações, Antônio produzia os mais assombrosos fenômenos mediúnicos que revolucionaram a todos.
Após ter vivido sete anos como frade franciscano, pois desencarnou aos 36 anos de idade, encheu as crônicas de Portugal, França e Itália com as manifestações de sua mediunidade excepcional.
Foi canonizado pela Igreja em 1232, onze meses após sua morte, pelo Papa Gregório IX. Já o Papa Leão XIII chamou Santo Antônio de "Santo de Todo o Mundo".

domingo, 10 de junho de 2012

A Corrupção na Umbanda

A falta de Caridade instalada na Terra está acabando com a raça humana e a corrupção de milhares de espiritualistas está manchando a bandeira da Umbanda através da venda indiscriminada da Caridade!
Quantas pessoas estão transformando a Umbanda num "Balcão de Negócios"!
Impotentes, muitos outros se perguntam como deveríam combater essa agressão aos Espíritos de Luz da Umbanda. Como acabar com a Corrupção na Umbanda?
Há pessoas, entretanto, que não são isentas de uma parcela de culpa nessa relação abominável na Umbanda chamada caridade-dinheiro-caridade.
Ora, se a pessoa vai exatamente a um desses locais para fazer uma "amarraçãozinha", fatalmente irá cair no Conto do Vigário (ou melhor), do Pai de Santo. Contudo, não podemos admitir o mesmo fim para os que de boa-intenção, querendo realmente um socorro espiritual, aflitos ou desesperados por um motivo justo, acabam sendo levados a uma tenda dessas por sua própria desesperança.
Certa vez, um homem comparou as pessoas a ovelhas que precisam de um pastor para lhes guiar e falou sobre detalhes delas até então desconhecidos. As ovelhas são quase cegas, não sabem distinguir as sombras à frente, se dispersam normalmente, caem nos buracos com facilidade e se perdem do rebanho... Elas são assim pela sua natureza. São exemplos perfeitos da natureza humana!
Os homens também são assim: quase cegos! Conseguem distinguir a voz do pastor, mas nunca a sua semelhança. Entretanto, até mesmo os falsos pastores têm voz suave e meiga. Esses falsários existem e se aproveitam da cegueira das pessoas. Esses que usam o nome da Religião de Umbanda para continuar com suas mesquinharias e ganância.
Infelizmente surgiu um espertalhão e descobriu que explorar a crença e a boa-fé de alguns desavisados dava muito dinheiro e lançou a semente nos corações podres de alguns charlatães que fizeram com que essa defamada árvore da caridade remunerada crescesse.
Os enganadores continuarão enganando porque sempre vai existir alguém que busca o engano.
Os corruptos continuarão existindo. Também aqueles que se deixam levar pela corrupção.
Mas, não é por isso que devemos permitir que a Corrupção, ande livremente entre as gentes com o nome de Caridade Umbandista.
Não queremos tratar do corrupto em si, pois continuarão levantando barraquinhas e consultórios para si. Que tenham seus consultórios, livre opção de quem vai lá, mas não com o nome de Umbanda!
Que tenham suas tendinhas, com atabaques ou não, mas nunca com o nome de Umbanda!
Que levantem seus espectros sobre os desavisados, mas não com o título de Espíritos de Luz da Umbanda.
"Eis que o machado está posto à raiz!" , é chegada a hora da ceifa, quando o joio será separado do trigo. Há muito joio espalhado na Seara de Jesus! Algo precisa ser feito.
Os médiuns são os trabalhadores, os ceifeiros, os operários. Têm a Machada de Xangô e a Espada de Ogum, sem falar na Foice de Omulu, para começar o trabalho de separação e colheita do trigo.
Se não há lei material que ajude a Umbanda no combate à mistificação e ao engodo, os umbandistas podem se valer da Lei Divina para isso! Terão Ogum ao seu lado! Terão Xangô para decretar a Justiça!
Cabe aos umbandistas a tarefa de, de posse dessas ferramentas espirituais, começarem o trabalho. Não se pode permitir que o mal alcance o bem.
O Bem está sempre à frente do Mal, que o persegue e tenta aniquilar as coisas boas que ele, o Bem, produz.
Através da Rede Brasileira de Umbanda,  os leitores indicaram a melhor forma de se acabar com a corrupção na Umbanda e, imaginem só, a "educação mediúnica através dos estudos" foi apontada como a arma perfeita para isso. Observe o gráfico abaixo e as opiniões de todos:

Sugestões Apresentadas por participantes da RBU através do Forum:

Educação através dos Estudos - 5 Votos.
Perseverança na Caridade - 2 Votos.
Vigilância pessoal - 1 Voto.
Punição conforme as Leis Humanas - 1 Voto.
Exemplo bom individualmente transmitido - 1 Voto.
Punição Divina, a seu tempo - 3 Votos.
Responsabilidade no trato com as coisas espirituais - 1 Voto.
Intervenção a partir das Federações - 3 Votos.
Campanha de reforma da Umbanda - 1 Voto.
Humildade, por parte dos Dirigentes - 1 Voto.
Criação de uma Comissão, para exigir atitudes das Federações - 1 Voto.
Reforma Íntima - 1 Voto.
Conscientização dos próprios irmãos de terreiro - 1 Voto.
Codificação da Umbanda - 1 Voto.

Julio Cezar Gomes Pinto

A Umbanda e o Vil Metal

É impressionante como surgiram entre os umbandistas tantas pessoas que conseguiram torcer as palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas! !! É triste ver espalhados pelo Brasil os mesmos vendilhões da época de Jesus.
Ficamos mais tristes ainda quando vemos tentativas humanas para anularem o papel missionário que Jesus exerceu na Terra. "Jesus foi apenas um revolucionário", dizem esses. "Jesus não falava do mundo espiritual, era material mesmo", afirmam outros.
Independente do que fazem em torno do nome de Jesus, ficamos tristes e decepcionados com o desrespeito ao Caboclo das Sete Encruzilhadas e suas palavras de ordem para a Umbanda.
Ora, foi esse Caboclo, valente e humilde, quem determinou as bases da Umbanda! Foi Ele quem disse: "NÃO HAVERÁ COBRANÇAS PELA CARIDADE"! Na Umbanda os Espíritos irão baixar nos terreiros para a prática da caridade pura e desprovida de interesses (monetários ou não).
Porém, exatamente como ele previu quando disse que o "vil metal" (dinheiro, para quem não sabe) iria macular a Umbanda, manchar sua bandeira de caridade, rasgar o testamento dos Caboclos e Pretos Velhos e queimar o Amor entre os irmãos, está acontecendo de forma escancarada e NINGUÉM faz nada para impedir isso!
Estão comercializando os dons divinos, NÃO HUMANOS, como se fossem propriedade particular!
Vende-se as palavras de um Preto Velho, como se fossem tirinhas de um jornal!
Cobra-se hoje para socorrer os desesperançados e os que nada têm para dar!
Em nome de uma suposta entrega abnegada ao "serviço espiritual", estipulam preços e valores por um trabalho que nem os próprios "trabalhadores" dão garantia. Quando o dão, não deixam nada assinado para posterior cobrança judicial! Já que é espiritual, não se pode assinar papéis de garantia de devolução do dinheiro cobrado, não é mesmo?
Ora, se realizam cobranças e recebem DINHEIRO por serviços prestados em nome de Deus, então por quê não dão recibos e notas fiscais? Por quê não recolhem os impostos como todo bom comerciante? Por quê não fazem declaração de renda para o Leão, como todo correto contribuinte faz?
Se querem cobrar, que assim o façam! Mas NÃO em nome da Umbanda!!! Criem outra religião! Inventem outro nome pro seus credos! Não copiem o nome sagrado da religião que veio à Terra para revelar de GRAÇA os Espíritos de Luz! Dêem outra denominação para suas Casas: URUBANDA! DINHEIBANDA! MOEBANDA! DOISBANDA! Ou outro nome que possa desvincular qualquer mácula das Casas genuinamente umbandistas.
Não somos contra as ofertas voluntárias!
Não somos quem deseja contribuir para o bem comum das Casas!
Mas daí, aproveitar para estipular um valor para atendimento. .. Vai uma distância muito grande. Quilométrica.

Deus Salve a Umbanda!
Deus Salve a Caridade!
Deus Salve o Caboclo das Sete Encruzilhadas!

Julio Cezar Gomes Pinto