terça-feira, 25 de novembro de 2008

A Umbanda e Sua Efígie



Completados os Cem Anos da Religião de Umbanda na Terra e depois de grande movimentação por parte de inúmeros agrupamentos umbandistas em torno das comemorações do Centenário, surge agora uma nova tarefa para os dirigentes de Tendas e Centros de Umbanda. Deverá ser um trabalho simples, mas com grandes resultados para a Umbanda que, passo a passo, ganha respaldo político e firma-se perante a sociedade como uma religião genuinamente brasileira.

Perante milhares de pessoas, homens e mulheres de renome político e cultural, abrem seus lábios num firme sentimento de orgulho e falam carinhosamente da Umbanda e seus seguidores. Verifica-se nos meios de comunicação existentes, eletrônicos ou não, diversos testemunhos de umbandistas e simpatizantes enaltecendo a preciosidade da Umbanda dos Pretos Velhos e dos Caboclos. Mais do que nunca, centenas de seguidores e militantes da fé umbandista estão saindo do anonimato e alcançado destaque entre o populacho. Alguns, mal interpretados, enfrentam os leões da calúnia e da difamação por conta de disputas políticas ou ideológicas.

Toda essa movimentação faz parte do processo de crescimento da Umbanda e da evolução dos umbandistas. Muita coisa está entrando nos eixos. A doutrina ainda está em processo de afirmação dentro dos próprios terreiros. Grande número de pseudo-umbandistas está deixando a religião dos Espíritos e mudando suas crenças para uma fé limitadora dirigida por seus pares semelhantes. Ao mesmo tempo, crescem também as pequenas casas de Umbanda, erguidas de qualquer jeito, com os primeiros ou os atuais fundamentos, por homens e mulheres experientes ou inexperientes, experimentados ou não.

A religião atravessou as fronteiras e fincou suas bases em países do primeiro mundo desbancando preconceitos e quebrando tabus, onde um "preto" ensina mistérios divinos a doutores e cientistas brancos. Uma religião em que um mestiço tipicamente analfabeto descortina os véus da espiritualidade e abre os olhos da fé de homens de "puro sangue". Um "novo culto", como definiu o Caboclo das Sete Encruzilhadas, onde Espíritos que outrora não podiam assentar-se à mesa dos estudiosos, hoje auxiliam indistintamente milhares de encarnados a encontrar o caminho para a solução de seus problemas.

A Umbanda entra agora em mais um período de sua existência como religião brasileira. Inicia-se a contagem de mais cem anos. Novamente irão se levantar mais homens e mulheres de fibra e corajosamente erguerão a bandeira branca da Umbanda anunciando o trabalho caritativo dos Caboclos e dos Pretos Velhos.

A bandeira da Umbanda é branca. Sua luz é resplandecente. Seus Espíritos militantes são iluminados. Seus templos são palco de vida e sabedoria. Mas, agora é a hora dos acertos e das correções.

Sabedores da brancura da bandeira umbandista, os dirigentes da religião têm o dever de verificar como o seu templo está sendo apresentado à sociedade. Como os adeptos de outras religiões ou as pessoas sem caminhos estão vendo o seu templo. Os Chefes de Terreiro devem, a partir de agora - enquanto é cedo -, analisar a sua própria conduta e a de seus médiuns, os quais os chamam de "filhos", e elaborar um belo trabalho de renovação de atitudes ou afirmação de boa conduta.

O primeiro passo está em começar a partir de si. Ora, se um Chefe de Terreiro deseja que seus filhos sejam o melhor exemplo da Religião de Umbanda, ele precisa definir-se como o modelo a ser seguido por todos. É imprescindível que o "babalawô" seja realmente o "paizinho" a que todos tenham o orgulho de apresentar suas coroas e pedir a bênção.

Como solicitar a bênção de alguém que tem as mãos sujas de concupiscências como: vida desregrada, mentiras, enganações, mistificações, soberba, ganância e vaidade? Como aceitar os ensinamentos acerca de "caridade" de um Pai ou Mãe que nem sabe fazer o que a Umbanda prega, uma vez que ele próprio faz da fé o seu meio de vida e de onde tira o sustento material? De que forma o médium de uma corrente vai demonstrar boa conduta e representar a sua religião quando ele mesmo envergonha-se do dirigente que anda trôpego pelas ruas empunhando uma garrafa de cachaça, assentado em mesas de jogatina ou deitado em camas de meretrício?

O Chefe de uma casa de Umbanda precisa ser o Espelho da Religião, e nunca ser visto como o busto de alguém já morto. O espelho mostra com clareza a face do indivíduo, enquanto a efígie é o reflexo inerte de algo passado.

É mister que o Chefe de Terreiro seja vivo, ágil, ativo, brilhante e verdadeiro. Suas palavras não podem jamais ser igualadas aos discursos hipócritas dos fariseus dos tempos idos. De igual forma ele também não pode ser um testemunho morto de um reinado destruído e decadente, como a esfinge do antigo Egito, cujas palavras traziam apenas mistério e morte.

No limiar de uma nova era que começa para a Umbanda, todos os dirigentes devem agora iniciar o processo de mudança de hábitos e reforma de suas condutas. Está na hora de abandonar o ganho fácil do "vil metal" - como classificou o Caboclo das Sete Encruzilhadas! Chegou o tempo de usar vestimenta simples e branca e desprovida de muitos atavios desnecessários. Chegou a hora dos Babalawôs, Pais de Santo, Mães no Santo, Babalorixás ou simplesmente Chefes de Terreiro abandonarem os seus títulos de super-poderosos homens e mulheres de Deus. É chegado o momento de assimilarem a humildade e a sinceridade dos Pretos Velhos e a meiguice das Crianças; a honra e a sabedoria dos Caboclos e a verdade dos Exus.

Trilhar mais um período de Cem Anos poderá até ser fácil para milhares de umbandistas, mas atingir o próximo Centenário com Orgulho e Honradez dependerá muitíssimo da conduta individual de Chefes e demais médiuns da Corrente de Umbanda.



Deus Salve a Umbanda!



Julio Cezar Gomes Pinto

A Umbanda é Única



Fala-se em tantas Umbandas...

Branca, esotérica, popular, traçada, de nação, omolocô, umbandomblé, candomblé de caboclo, evangelizada, kardequizada, iniciática e outras mais.

O que é Umbanda então?

Se são tantas, porque cada qual teima em dizer que somente a sua, aquela que ele pratica, é a verdadeira?

"Origens!", "raízes!", respondem todos em uníssono!

Esta seria a solução para os problemas!

E qual a origem da Umbanda verdadeira?

Lá vamos nós novamente viajar por inúmeras teses... Negros Africanos, Sumérios, Atlântida, Astros, Planetas diversos, Seres extraterrenos, Anjos celestiais, etc…

Mas será que isso tudo é importante?

Por quê temos que precisar ou determinar qual das Umbandas é a mais ou a unicamente correta?

Quem sabe não são mesmo várias Umbandas, totalmente diferentes umas das outras?

Ou, ainda por outro lado quem sabe, ela é somente uma mesmo, apenas com várias ramificações!

O que é mais importante numa religião?

De onde ela vem ou para onde ela vai?

Que interessa o berço em relação ao trabalho futuro? Será mais importante a caridade do irmão de poucas posses do que a oração do mais (abastado)?

Se formos olhar bem a fundo cada uma das diversificações de nomes ou qualificações das diversas Umbandas, veremos que em todas elas manifestam-se entidades espirituais semelhantes, tais como os Caboclos, Pretos-Velhos, Exus, Crianças e Orixás, além de Baianos, Boiadeiros, Zé Pelintras, Ciganos, etc…

Uma religião que prima pela Caridade, Humildade e Amor, não poderia se dividir tanto entre seus filhos.

A Umbanda é única! Ela é perfeita!

Tão perfeita que se adapta a tantas interpretações.

Tão linda e majestosa, que aos olhos de cada um mostra a luz da maneira que possa ser percebida.

E suas origens são mesmo polêmicas, mas não traduzem os maiores ideais da religião: caridade, humildade e amor.

Que se busquem historicamente as origens, mas não contaminemos nossa prática religiosa com nossas próprias imperfeições, com nossos próprios preconceitos, com nossos próprios interesses pessoais.

Ao invés de subdesenvolvidos, que tal tradicionais?

Ao invés de cultos exagerados, que tal criteriosos?

Ao invés de discussão, que tal aceitação?

Não seremos menores se formos africanistas, ou maiores se iniciáticos!

Não seremos mais capazes, se optarmos por fundamentos de nação ou menos capazes, se seguirmos os ensinamentos à luz Kardequiana!

Seremos sim, maiores ou menores, se levarmos em consideração a caridade que conseguirmos praticar!

Muitos se mostram prontos para uma verdadeira luta na intenção de resgatar a verdadeira Umbanda, outros pretendem livrá-la de influências negativas de outras religiões.

Vamos fazer mais que isso!

Vamos praticar a nossa Umbanda, aquela que nos toca ao coração com sentimentos de amor e caridade.

Vamos mostrar esse amor a todos os nossos irmãos.

E aí, quem sabe, teremos uma Umbanda única e seremos verdadeiros Umbandistas.




Texto extraído do Correio da Umbanda 2

Autor Desconhecido

Postado por Mary Carlos, em sua página na RBU

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A Umbanda na TV

No dia 29 de setembro a Casa de Caridade Santo Antônio de Pádua recebeu a visita da Equipe do Programa Conexão Geral para gravação de uma matéria sobre a Religião de Umbanda. O Programa da TV Gazeta, afiliada da Rede Globo de Televisão, é transmitido aos domingos logo após o Fantástico. A repórter Helena Santos aproveitou a visita que fez à Associação Espiritualista de Terreiros de Umbanda de Guarapari (AESTUG) para gravar o trabalho de Mesa Branca, ritual praticado pela Casa de Caridade desde que o Caboclo Flecha Dourada assumiu a direção dos trabalhos. Muito simpática e respeitosa, Helena Santos acompanhou os cânticos de abertura da Sessão, chamados de Pontos Cantados, recebeu a defumação com incensos do turíbulo, tirou os sapatos em reverência ao lugar sagrado e prestou atenção à incorporação dos Caboclos e Pretos Velhos que desceram para prestar a caridade aos presentes. Logo após a descida das Entidades, chamadas pelos umbandistas de Guias, o Caboclo Flecha Dourada transmitiu um bela mensagem baseada no Evangelho de Jesus, que foi ouvida com muita atenção pela equipe de gravação da reportagem. Após a mensagem, o Guia convidou os presentes a sentarem-se à mesa. Imediatamente, a repórter Helena Santos acomodou-se entre os assistentes, pôs as mãos abertas sobre a mesa e concentrou-se. Enquanto isso, o câmera Fabrício Christ gravava toda a cerimônia. A Mesa Branca, ritual praticado por diversos terreiros de Umbanda em todo o Brasil, é assim chamada apenas porque na maioria das vezes é colocada uma toalha branca sobre a mesa onde médiuns, assistentes e outros praticantes da Religião sentam-se para entrar em contato mais profundo com a Espiritualidade. Neste ritual, outras faculdades mediúnicas, além da Incorporação, também sao estimuladas. Os sensitivos tem a possibilidade de receber com mais ênfase a manifestação de dons tais como visões, intuições e audiência. A psicografia (escrita mediúnica) também é estimulada, assim como a psicopictografia (desenho ou pintura mediúnica). Durante uma sessão de Mesa Branca, muitos resultados positivos são alcançados. Nesse tipo de trabalho, ocorrem desobsessões, descarregos e até curas. A água fluidificada, posta sobre a mesa durante todo o trabalho, facilita o processo de cura e limpeza áurica de encarnados e desencarnados. Somente quem participa de uma sessão de Mesa Branca é quem consegue avaliar os inúmeros benefícios que tal ritual traz a todos. Os repórteres do Conexão Geral receberam os passes aplicados pelos Guias incorporados e depois se retiraram da mesa muito emocionados com tudo o que viram e sentiram. A matéria sobre a Umbanda e a comemoração do Centenário da Religiao foi ao ar no dia 19/10, cerca de um mês antes da data em que toda a comunidade umbandista comemora 100 anos de fundação da Umbanda Sagrada no Brasil, 15 de novembro. Sarava a Umbanda ! Salve os Caboclos e Pretos Velhos da Umbanda Sagrada! Acesse o link da reportagem no You Tube: http://www.youtube.com/watch?v=yrmDtPEdFJs

Mesa Branca na Umbanda




MESA BRANCA



Mesa Branca é a prática da mediunidade espiritualista com base nos ensinamentos de Jesus e desenvolvida a partir das orientações de um ou mais guias espirituais (espíritos ou entidades que cuidam dos trabalhos da casa). Apesar de estar presente em alguns cultos religiosos sob o nome de "Umbanda de Mesa" e "Sessão Astral", a Mesa Branca é praticada de forma independente e normalmente não está ligada diretamente a qualquer religião.


A "mesa" em si é um objeto indispensável nas sessões uma vez que serve de apoio e contato material para os trabalhos de um modo em geral. É, em volta da "mesa", que os médiuns se reúnem para uma sessão; é a partir dela que é realizado um estudo, uma preleção, uma consulta ou uma comunicação mediúnica; é através dela, ainda, que os médiuns realizam seus trabalhos e é sobre ela que são colocadas as oferendas; é, enfim, por meio de uma mesa, que se faz o desenvolvimento e a aplicação da mediunidade espiritualista dentre os seus adeptos.


A prática de reuniões frívolas e trabalhos malfazejos que alguns realizaram no passado através do mediunismo de mesa, foi um dos motivos pelo qual se adotou largamente "a cor branca" para diferenciar e demonstrar a boa natureza das sessões promovidas pela casa. A cor branca, segundo a cromoterapia, indica claridade, pureza e iluminação; representa a inocência, a verdade e a integridade do mundo; simboliza o caminho e o esforço em direção à perfeição. É indicada para cura em geral, purificação e abertura à luz. Daí segue o motivo do nome: "mesa branca".



MESA BRANCA E ESPIRITISMO


Existe uma confusão muito grande em relação a Mesa Branca e o Espiritismo e isso talvez seja motivado pela semelhança que existe em alguns pontos, como por exemplo a comunicação mediúnica com os espíritos e a crença na reencarnação. O Espiritismo é uma doutrina científica e filosófica codificada em 1857 por Allan Kardec.


A Mesa Branca, por sua vez, é uma doutrina essencialmente religiosa, desenvolvida a partir das práticas mediúnicas do chamado moderno espiritualismo, não tem regras como no Espiritismo, as quais não permitem que seus adeptos estudem ou apliquem procedimentos que não constam em sua codificação. A Mesa Branca é uma prática livre que adota ensinos e procedimentos de outros seguimentos religiosos segundo as orientações dos seus guias. A Mesa Branca é o produto aprimorado daquilo que se conhecia por mediunismo de mesa, cuja raízes surgiram muito antes de Kardec, que até então era conhecida por "telegrafia espiritual", e depois, por "mesa girante" ou "mesa falante", foi a responsável por chamar a atenção de Kardec e outros pesquisadores para o fato das manifestações dos espíritos ocorrerem a partir das mesas.



O QUE A MESA BRANCA ACEITA E O ESPIRITISMO NÃO


Algumas diferenças básicas entre um e outro:


1º LIVRE PENSAMENTO e MEDIUNIDADE ABERTA. Em termos de ensino filosófico e prática mediúnica, a Mesa Branca aceita tudo o que os seus guias revelam nas sessões e as mantém como verdades e úteis a instrução de seus adeptos até que se prove o contrário pela experiência prática. O Espiritismo não, uma vez que está preso unicamente aos assuntos de sua codificação, regras estas bem definidas e das quais não se pode afastar.


2º ENERGIA dos ELEMENTOS: A Mesa Branca crê e trabalha abertamente com as energias vibratórias dos quatro elementos (Terra, Ar, Fogo e Água). O Espiritismo não.


3º ENERGIA dos NÚMEROS e das CORES: A Mesa Branca crê e trabalha abertamente com a vibração dos números (numerologia) e das cores (cromoterapia) . O Espiritismo não.


4º ENERGIA das OFERENDAS. A Mesa Branca crê e trabalha com a faixa vibratória produzida pelas oferendas. O Espiritismo não.


5º INFLUÊNCIA dos ASTROS. A Mesa Branca crê e trabalha com a faixa vibratória produzida pelos Astros (Astrologia) . O Espiritismo não.


6º IMAGENS, VELAS, CRISTAIS e INCENSOS. A Mesa Branca crê e trabalha com a influência das imagens, com a força vibratória produzida pelas velas, com o poder dos cristais e com a harmonização ambiente produzida pelos incensos. O Espiritismo não.



Este texto foi enviado por Ju-mensageira(Autor Desconhecido)


Texto postado por Alex de Oxossi no grupo Povo de Aruanda





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O Umbandista e a Vaidade

A falta de união entre os terreiros de Umbanda está relacionada à vaidade e ao egocentrismo de determinados dirigentes umbandistas. A vaidade é como um veneno que contamina a alma do indivíduo. É um entorpecente letal que, se não for cuidado em tempo, levará o sujeito a um desfecho completamente irreversível. Essa mesma vaidade é ainda um mal que destrói a verdadeira missão da Umbanda: a Caridade!
Normalmente, a vaidade começa com um pequeno elogio: "Nossa, Fulano trabalha bem naquele terreiro!" ou " Fulano tem um 'Guia' muito forti..."
Enquanto elogios desse tipo não chegam aos ouvidos do Fulano, tudo anda bem. Porém, a coisa começa a degringolar quando tais palavras alcançam o desavisado. É realmente um veneno, mas só se o alvo deixar entrar em sua corrente sanguínea. Aí, não tem jeito...
O Fulano, movido pela vaidade, passa a se achar o bambambam da Religião. Acredita que só ele é quem detém as chaves dos mistérios umbandistas. Só ele tem a melhor incorporação: a mais forti. Pensa que só o seu cabocro é quem tem o poder de desfazer todas as demandas; só o seu inxum é quem é o Cabra mais poderoso; só o seu preto-velho é o mais iluminado. Tudo isso toma uma proporção maior ainda quando o Fulano é o "dono" do Terreiro onde ele diz que pratica a Caridade.
Contaminado pelo veneno da vaidade, o Fulano passa a desfazer dos outros "terreirinhos" ao redor. Acredita que só o dele é que tem os verdadeiros e únicos fundamentos da Religião; só o dele é que segue o verdadeiro ritual; só o dele é que tem a raiz mais profunda; só os seus antepassados é que praticavam a "verdadeira" Umbanda... Tudo isso é triste... Mas, aliado à vaidade, surge o egocentrismo de certos dirigentes.
Do alto do ilusório pedestal, o Fulano passa a ser o Senhor das Duas Torres (acho que já vi esse filme...): a vaidade e o orgulho! O Terreiro passa a ser uma extensão de si mesmo. Toda a sua vaidade e o seu ego inchado refletem no terreiro que ele comanda... O ritual já não tem a simplicidade do início. Suas vestes já não são mais tão simples como quando despertou o primeiro amor pela religião... Até os médiuns mais novos alimentam um certo orgulho de pertencerem ao "melhor" centro de Umbanda. Já não vêem com bons olhos os trabalhos realizados pelos mesmos Guias de sua casa no Terreiro vizinho. Acreditam que os médiuns do terreirinho da esquina estão mistificando e que os Guias de lá, não são Guias.
Egocêntrico, vaidoso e cada vez mais alienado das novidades da Religião e do crescimento de outras casas, o Fulano embebeda a todos com sua filosofia sem fundamentos do que é a verdadeira Umbanda... Despeja uma infinidade de pedras nas casas alheias; passa a criticar as atitudes dos outros pais de santo, dos outros chefes de terreiro; diminui o trabalho dos novos umbandistas (ainda mais se esses abrem um novo terreiro para a prática simples da caridade...); inicia a apresentação de um ritual rebuscado, cheio de inovações, poluído de mundanismo; ofuscante de tanto brilho e de tanta pompa.
Ora, se tais desvios de comportamento e de conduta ficassem restritos ao seu terreiro, seria bom... O problema fica pior quando o terreirinho da esquina, aquele que foi tão humilhado e execrado, aquele que conservava uma simplicidade sem par, o mesmo que era tão humilde e simples, se envereda pelo mesmo caminho do "Majestoso" e passa a disputar as atenções do público...
Bem, não é necessário enumerar e explanar sobre as mesmas atitudes do outro terreiro. Todas os atos e pensamentos são idênticos! Como se esse estivesse contaminado pelo mesmo vírus, ou pelo mesmo veneno. Seria redundância falar sobre o que o agora nada-humilde terreiro faz "em nome da caridade".
A união é impossível diante de quadros como esses...
Como unir dois potentes vaidosos e egocêntricos? Quem brilhará mais? Qual dos dois irá deter o título de "melhor"? Qual deles tem a raiz da Umbanda?
Onde houver vaidade, não subsistirá a Caridade.
Julio Cezar Gomes Pinto

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O Umbandista de Verdade



Ser um verdadeiro umbandista é, acima de tudo, amar o Criador e todas as coisas que foram criadas por Ele. É amar a Terra, o vento, o rio, o fogo, o mar, as montanhas, as plantas e as criaturas viventes. É amar a criatura humana, símbolo da perfeição de toda sua obra;

Ser um verdadeiro umbandista é colocar-se à disposição dos Guias Espirituais da Umbanda na prática da Caridade, expressão maior do amor. É saber ouvir os bons conselhos dos Pretos Velhos; é ser intrépido e valente como os Caboclos; é permanecer doce e gentil como as Crianças; é ser flexível e corajoso como os Marinheiros; é ser um bom combatente e audacioso como os Boiadeiros; ser manso e sereno como os Ciganos; é ser divertido e alegre como os Baianos (tal como o Mestre Zé Pelintra). Ser um bom guardião das coisas santas como o incompreendido Exu;

Ser um verdadeiro umbandista é honrar os Sagrados Orixás, tenham eles os nomes que tiverem, sejam eles regentes dos pontos de força em que estiverem entronizados, sejam eles conhecidos ou ainda velados. É saber solicitar-lhes o socorro no cumprimento do dever; é pedir-lhes ajuda quando necessário; é entender o seu correto campo de ação;

Ser um verdadeiro umbandista é prestar a caridade da forma como puder realizar, independente do rótulo, mas sempre com amor, inteireza de coração e humildade. É estar sempre solícito aos apelos dos necessitados, nunca esperando nada em troca. Nunca aguardando qualquer forma de retribuição, seja material ou espiritual. É estender a mão ao caído, mas sem exigir dele o pagamento do socorro;

Ser um verdadeiro umbandista é amar o irmão de fé, compreendendo suas fraquezas e limitações, sem jamais apontar-lhe o dedo acusador com a intenção de empurrá-lo ao precipício. É não tornar-se altivo, soberbo e poderoso perante os ignorantes e pequenos. É calar-se diante da injúria ou da calúnia, e não revoltar-se preparando-se para a guerra armada;

Ser um verdadeiro umbandista é respeitar a autoridade espiritual que lhe foi apresentada pelos Guias, na pessoa do Chefe de Terreiro. É entender que ele também é passível de erros e tropeços, e nunca pode ser visto como infalível. É aceitar as suas correções e orientações, ainda que na vida comum ele peque naquilo que orientou melhor os seus filhos de fé. É fazer sempre o melhor para agradar ao seu chefe, sabendo que está fazendo não para ele, mas para o seu Guia Espiritual que o conduziu até aquela pessoa;

Ser um verdadeiro umbandista é dar o carinho necessário aos filhos de fé. Não é espancar com palavras ou com a mão, mas é corrigir com afabilidade e temperança. É estar na condução de uma corrente, exercitando a paciência, a abnegação, o amor ao próximo e, sobretudo, a humildade. É não fazer distinção de filhos pobres ou ricos, de feios ou bonitos, de inteligentes ou ignorantes, de pretos ou brancos. É abraçar a todos os filhos sem preferir aos mais achegados, mas é buscar aquele que está longe, afastado, retraído, assustado.

Ser um verdadeiro umbandista é não jogar pedras no telhado da casa vizinha. É respeitar o Guia que toma conta dela; é respeitar as Entidades que ali descem de vez em quando; é amar os irmãos que residem naquela mansão ou naquele casebre; é ajudar a levantar uma parede caída, ou um alicerce abalado. É não jogar lama na parede caiada utilizando palavras mesquinhas e cheias de rancor ou inveja.

Ser um verdadeiro umbandista é apenas seguir o exemplo do Mestre Jesus.


Julio Cezar Gomes Pinto

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Os Mentores de Cura

Quem São os Mentores de Cura
Os mentores de cura trabalham em diversas religiões, inclusive na Umbanda. São muito discretos em sua forma de se apresentar e trabalhar, e estas formas mudam de acordo com a religião ou local em que irão atuar. São espíritos de grande conhecimento, seriedade e elevação espiritual. Alguns deles não demonstram muito sentimento mas mesmo assim têm muita vontade de ajudar ao próximo, com o tempo tedem a evoluir também para um sentimento maior de amor ao próximo.
São extremamente práticos, não aceitando conversas banais ou ficar se extendendo a assuntos que vão além de sua competência ou nos quais não podem interferir, pois não são guias de consulta no sentido ao qual estamos habituados na Umbanda.
Para se ter uma idéia melhor, sua consulta seria o pólo oposto à consulta com um Preto Velho. Normalmente os pretos velhos dão consultas longas, cheias de ensinamentos de histórias, apelando bem para o lado emocional. Já os Mentores de Cura, se dirigem ao raciocínio, buscam fazer o encarnado compreender bem as causas de suas enfermidades e a necessidade de mudança nessas causas, bem como a necessidade de seguirem à risca os tratamentos indicados. Quando precisam passar algum ensinamento o fazem em frases curtas e cheias de significado, daquelas que dão margem à longas meditações.
São espíritos que quando encarnados foram: Médicos, Enfermeiros, Boticários, Orientais (que exercem sua própria medicina desde bem antes das civilizações ocidentais), Religiosos (monges, freis, padres, freiras, etc.), ou exerceram qualquer outra atividade ligada a cura das enfermidades dos seres humanos, seja por métodos físicos, científicos ou espirituais.


Métodos de Trabalho
Cada guia tem sua forma de restituir a saúde aos encarnados, normalmente se utilizam de meios dos quais já se utilizavam quando encarnados, mas de forma muito mais eficiente, pois após chegarem ao plano espiritual puderam aprimorar tais conhecimentos. Além disso esses espíritos aprenderam a desenvolver a visão espiritual, através da qual podem fazer uma melhor anamnese (diagnóstico) dos males do corpo e da alma.
Aliados aos seus próprios métodos individuais eles se utilizam de tratamentos feitos pelas equipes espirituais ou ministrados pelos encarnados com auxílio do plano espiritual.
Alguns deles são:
Cirurgia Espiritual
É realizada pelo mentor de cura incorporado ao médium. E envolve a manipulação do corpo físico através das mãos do médium, podendo ou não haver a utilização de meios cirúrgicos elementares (cortes, punções, raspagens, etc…). O maior representante deste método de trabalho no Brasil é o espírito do Dr. Fritz, mas este método é utilizado em diversas culturas e religiões.
Cirurgia Perispiritual
É realizada diretamente no perispírito do paciente, com ou sem a colaboração de um médium presente, costuma ser realizada por uma equipe espiritual designada especificamente para cada caso e ser feita em dia e horário pré determidados.
Visita EspiritualÉ realizada por uma equipe espiritual, que visita o paciente no local onde ele estiver repousando, também com um dia e hora predeterminados. Na visita, darão passes, farão orações, etc…
Cromoterapia
É indicada pelos mentores de cura e aplicada por médiúns que conheçam o método de aplicação. Atua no corpo físico e no duplo etérico. Muito utilizado para males de origem emocional.
FluidoterapiaÉ indicada pelos mentores de cura e aplicada por médiúns que conheçam o método de aplicação. Atua no corpo físico e no perispírito.
ReikiÉ indicada pelos mentores de cura e aplicada por médiúns que conheçam o método de aplicação. Atua no corpo físico e no duplo etérico. Muito utilizada para males de origem emocional ou psíquica e para realinhamento de chacras.
HomeopatiaIndicada e receitada pelos mentores espirituais. As fórmulas são feitas normalmente por laboratório de manipulação homeopáticos. E devem ser tomados de acordo com o determinado.
OutrosFora estes tratamentos, também podem ser utilizados, florais de Bach, cristaloterapia, chás, aromaterapia, acumpuntura, do-in, etc…


Em alguns casos os guias também indicam dietas, alimentos a serem evitados ou ingeridos para melhoria da saúde geral.
OBS: Para o momento da visita espiritual e cirurgia espiritual: O paciente deverá vestir-se e deitar-se com roupas claras (de preferência branca); ficar num ambiente calmo, com pouca luz e colocar ao lado um copo d’água para ser bebida após o tratamento.
Após a visita e a cirurgia, o paciente deverá manter-se em abstenção por mais 6 horas, para que a energia doada seja melhor absorvida.


Como interagem com os médiuns

Incorporação

É muito sutil e dificilmente inconsciente a incorporação dos mentores de cura. Muitas vezes atuam apenas na fala e só assumem o controle motor quando necessário.
IntuiçãoAlguns mentores trabalham com seus médiuns apenas pela via intuitiva, indicando as providências a tomar e tratamentos. Neste caso, é necessário um grande equilíbrio e desenvolvimento do médium, para que o mesmo não atrabalhe nas indicações dadas pelo mentor.
Psicografia (Receitistas)Funciona da mesma forma que a psicografia comum, mas os espíritos comunicantes costumam psicografar receitas de tratamentos e medicamentos (que em alguns casos podem até mesmo ser da medicina comum).


Equipes Espirituais
Cirúrgicas

São formadas da mesma forma que as equipes cirúrgicas do plano material, compostas de cirurgião, assistente, anestesista, instrumentista, enfermeiros, etc… Apenas diferem no que se refere aos instrumentos e tecnologia utilizados. Incluindo também a aplicação de passes e energias associados a intervenção cirúrgica.
De OraçãoFormadas normalmente por espíritos religiosos, acostumados às preces quando encarnados. Estas equipes se reúnem junto ao paciente em uma corrente de orações com finalidade de equilibrar o mental e emocional do paciente e também de buscar energias dos planos superiores. Como efeito adicional, a prece tende a elevar a energia gelal do ambiente onde está o paciente, assim como dos encarnados que estam atuando junto ao mesmo.
De Proteção
Quando o mal físico está associado a interferência de espíritos inferiores, essas equipes fazem a proteção do paciente, enquanto o mesmo é tratado nas cirurgias ou visitas, ou enquanto está seguindo as recomendações indicadas pelos mentores de cura.
De Passes (passe espiritual)
Seu trabalho é realizado em sua maior parte durante as sessões de cura e durante as visitas espirituais. Dando passes no paciente, nos asistentes e nos médiuns; antes, durante e após a sessão.
De Apoio
Estas equipes atuam levantando o histórico do paciente diretamente no seu campo mental, preparando-o através da intuição para a consulta, estimulando-o através do pensamento a reeducar hábitos nocivos, a mudar as situações que estejam prejudicando a própria saúde, inspirando-os força de vontade para continuar os tratamentos e seguir as recomendações e dietas.


O que curam e o que não curam
Males Físicos
A maior parte dos males físicos de que os encarnados sofrem, são causados pelos maus hábitos, vícios e má alimentação. Os mentores nestes casos se utilizam das diversas terapias para a cura mas principalmente esclarecem ao encarnado quanto a órigem de tais males, sugerindo dietas, o abandono ou diminuição dos vícios e mudança de hábitos. Nestes casos a cura definitiva só pode ser obtida com a plena conscientização do paciente e com a sua força de vontate e compromisso na obtenção do equilíbrio orgânico.
Males MentaisParte dos males mentais (depressão, angústia, apatia) são causados por obsessores, mas a maior parte deles tem por origem a própria atitude mental do paciente. Pensamentos negativos atraem energias negativas, que quando se tornam constantes e intensas podem se materializar no corpo físico na forma de doenças. Males como: úlceras, enchaquecas, hipertensão, problemas cardíacos, e até mesmo algumas formas de câncer podem ser provocados pela mente do pacinte, quando esta se encontra tomada por pensamentos negativos.Também neste caso os mentores além de indicarem os tratamentos apropriados, esclarecem ao paciente quanto a necessidade de mudar a atmosfera mental, com objetivo de não ficar atraindo continuamente energias desequilibrantes, costumam também sugerir passeios por locais da natureza e o hábito da prece como forma de atrair energias novas e regeneradoras.
Males Kármicos
Os males kármicos se caracterizam por doenças incuráveis (fatais ou não) tanto pela medicina alternativa, quanto por terapias alternativas ou por meios espirituais. Nestes casos o tratamento visa o alívio do paciente ou ampará-lo emocionalmente para que sua atitude mental não tome o rumo da revolta ou do desespero.
As doenças karmicas são males que escolhemos antes de encarnar como forma de resgatarmos erros passados. Típicos males kármicos são: Cegueira de nascença, mudez, Idiotia, Eplepsia, Sindrome de Down, Más-Formações do corpo físico, etc. Na maior parte são males de nascença, embora algumas doenças possam ter sido “programadas” para surgir em determinada época da encarnação.
Nestes casos os mentores não podem (e nem deveriam) curar o corpo, pois através do padecimento deste é que o espírito está resgatando suas faltas e aprendendo valiosas lições para sua evolução e crescimento.
Males EspirituaisSão aqueles causados pela atuação dos espíritos (obsessores, vampirizadores, etc.) e que se refletem no corpo físico. Nestes casos os mentores cuidam do corpo físico enquanto o paciente é tratado também em sessões de desobsessão, descarrego, etc.
Ou seja os mentores com as terapias à seu alcance minimizam e atenuam os males causados ao corpo físico enquanto o paciente é tratado na origem espiritual do mal de que sofre.
Quando o paciente se vê livre da presença espiritual nociva, os mentores costumam ainda continuar com os tratamentos visando reparar os males que já haviam sido causados ao organismo, até que ele retorne ao seu equilíbrio.


A Sessão de Cura (O visível e o Invisível)
Os Pacientes
O paciente deverá abster-se de bebidas alcoólicas, café, cigarro, carnes de origem animal e sexo, 24 horas antes da consulta, da visita e da cirurgia espiritual.
A PreparaçãoMuito tempo antes dos portões da casa espiritual se abrirem ou dos médiuns chegarem, o ambiente destinado aos tratamentos já está sendo limpo e preparado.
Os procedimentos começam com o isolamento da casa que é cercada por equipes de vigilantes espirituais (os exus), que impedem a entrada de espíritos perturbadores e fazem a limpeza fluídica dos encarnados que chegam. Caso seja nessessário, podem provocar até mesmo um mal estar ou utra situação de forma a afastar as pessoas que venham a casa espiritual com má intenção ou envolta em fluidos que possam perturbar os trabalhos.
Logo após se procede a limpeza do ambiente interno da casa e em seguida há uma energização do ambiente. Em paralelo a isto, alguns espíritos trazem até o ambiente alguns fluidos extraídos da natureza, para serem utilizados posteriormente no tratamento dos pacientes.
Em seguida a isso vão chegando a casa os mentores com suas equipes de trabalho de forma a se reunirem e fazerem o planejamento dos trabalhos a serem executados.
Fora da casa espiritual, os médiuns que irão ser veículo dos mentores, devem estar se preparando física e mentalmente para os trabalhos, e já estão sendo magnetizados e preparados pelo plano espiritual de forma a terem maior sintonia com os mentores.
Quando os médiuns chegam à casa, continuam sendo preparados pelas equipes espirituais. E enquanto cuidam do ritual (incensos, cristais, velas, etc.) vão entrando em sintonia com o plano espiritual. A preparação termina com a prece de abertura, onde o pensamento dos encarnados e desencarnados se une numa súplica ao Divino Médico para que ele interceda por todos.
Após isso os mentores de cura se manifestam e dão sua mensagem indvidual para o início dos trabalhos.
A MesaA mesa da sessão de cura é composta por 3 ou 4 médiuns que devem se manter em concentração/oração durante todo o tempo em que estiverem compondo a mesa, e só devem romper a concentração após a partida de todos mentores que estiverem trabalhando.
A mesa funciona como um ponto focal de energias, é através da mesa que chegam as energias e ordens de mais alto e são distribuídas às equipes. Por ser um local onde existe alta concentração/oração é o ponto para onde convergem as energias mais puras e mais sublimes da sessão de cura. Eventualmente, podem se manifestar à mesa algum mentor de cura, ou algum dos médiuns pode ser utilizado em alguma psicografia (por isso mesmo é interessante manter lápis e papel á mesa).
Na mesa também fica a água a ser fluidificada e o nome de algumas pessoas que receberão irradiação.
Os MédiunsOs médiuns que não estiverem trabalhando com seus mentores, compondo a mesa ou atuando como cambonos dos mentores devem manter o silêncio a concentração e a oração.
Devem utilizar esse momento para permitir que seus próprios mentores os preparem para futuramente trabalharem com eles. E ter também consciência de que toda a energia positiva que estiverem atraindo para os trabalhos de cura através de sua concentração/oração estará sendo amplamente utilizada pelos mentores e pelas equipes de cura para levar a caridade a todos os que estiverem sendo tratados.
O Encerramento
No encerramento, os mentores de cura dão suas mensagens finais e partem. Neste momento os médiuns que compõem a mesa também podem romper a concentração. Todos os médiuns tomam da àgua fluidificada que está na mesa. E caso o digigente julgue conveniente, pode efetuar a leitura de alguma mensagem que porventura tenha sido psicografada.
No plano espiritual, o trabalho ainda continua, com distribuição de serviço entre as equipes espirituais. Somente após a saída de todos os médiuns e com o encerramento dos trabalhos de cura no plano espiritual é que a corrente dos vigilantes (exus) se desfaz, embora a casa continue sendo vigiada, apenas não de forma tão ostensiva.


Postado por:
Alex de Oxossi no Site Povo de Aruanda
Retirado da Apostila do Curso de Umbanda da Sociedade Espiritualista Mata Virgem
Fontes de Pesquisas: Não informadas
Imagens Retiradas da internet

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O Umbandista e o Incesto



(Foto extraída do site http://flog.clickgratis.com.br ,

foto postada por Laísa Roberta Trojaike)


O sexo e/ou relação amorosa entre Pais (Mães) de Santo, ou de Santé, com filhos (as) de terreiro muitas vezes é até visto como uma forma de incesto.
O incesto, no sentido literal da palavra, que dizer a união sexual entre progenitores e sua prole, ou entre parentes muito próximos. Trata-se de um ato que foi combatido duramente pelos países cristãos. Tornou-se proibido por leis humanas justamente devido aos abusos que passaram a ser cometidos em profusão a partir da liberdade que os pais tinham com seus filhos. As crianças, sem possibilidade de defesa, tornaram-se presa fácil nas mãos de mulheres e homens doentes e abusados.
Um Pai ou Mãe de Santo, ou Chefe de Terreiro, é - antes de qualquer título - um ser humano que tem suas necessidades humanas, sejam elas sentimentais ou carnais. Um Chefe de Terreiro é, como qualquer criatura humana, uma pessoa que tem libido, amor e desejos, sentimentos que fazem parte da natureza humana. Ora, sendo inerente à natureza humana, configura-se como algo natural. Nada mais natural, portanto, que um Pai de Santo apaixone-se por uma Filha de Terreiro e una-se a ela em casamento.
O incesto é carnal, mas o amor é espiritual. Amar um (a) filho (a) de Santo não é uma coisa abominável ou pode ser considerado um ato pecaminoso e incestuoso.
Torna-se espúrio e leviano quando isso passa da normalidade e se transforma num ciclo de casos de amor sem fim entre o Pai de Santo e "suas" filhas. Torna-se passível de reprimendas, aquele Pai de Santo que transforma a Liberdade que o Alto lhe deu para transformar a sua Tenda em antro de perdição, onde todas as filhas ou filhos já experimentaram os prazeres sexuais com ele. Não chega a ser incesto, mas é promíscuo e repugnante. É libertinagem.
Grandes atrocidades são cometidas por vários sacerdotes religiosos por causa da falsa beatitude que se esconde atrás do que chamam de celibato. Ser celibatário não é obrigação para desempenho correto de suas funções sacerdotais, mas a santidade sim. É necessário que um sacerdote tenha uma vida regrada e busque sempre a santidade, nunca querendo transformar-se por causa disso, num mártir ou num santo homem de Deus.
Todas as coisas são lícitas, mas nem tudo é conveniente. Não é porque ele tem a liberdade de aproximar-se com mais facilidade das Filhas de Fé que vai usar isto para levá-las, ou qualquer filho que seja, a uma vida de volúpia e sevícia.
Sendo o Pai de Santo solteiro, desimpedido de qualquer problema ou compromisso com outrem, saudável e respeitável sacerdote de sua Tenda, é lícito então o envolvimento com alguém de sua corrente espiritual. Sendo casado, passa a ser um adultério, mas nunca será incesto.



Deus Salve a Umbanda!



Julio Cezar Gomes Pinto




Página na Rede Brasileira de Umbanda:



quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O Umbandista e o Sexo








(Foto extraída da página http://_garfielda_.anda.ca/144931)

O sexo é algo natural e próprio das criaturas da Terra. A partir de uma visão preconceituosa (bíblica ou não) criou-se todo um tabu em torno dele. Deixou de ser algo natural, simples e inerente aos animais, e passou a ser classificado como pecado, abominação ou caminho da perdição.
Moisés e outros legisladores bíblicos utilizaram a proibição com o simples propósito de acabar com os abusos e os excessos praticados pelos hebreus que haviam saído do Egito cheios de vícios e maus costumes. Mais tarde, as igrejas cristãs utilizaram tais proibições como meio de coibir os fiéis e transformá-los em "doces ovelhinhas" do rebanho.
O sexo não é uma coisa tão horrível e tão nojenta como se pintam por aí. O acasalamento entre animais irracionais é tão comum e realizado de forma tão bonita - vejam todo o ritual de danças e sedução que os bichos fazem para encantar os parceiros!
Desde que seja feito com decência e ordem, e principalmente com o sentimento de amor ao próximo, o sexo e as relações amorosas entre irmãos da mesma casa umbandista não prejudicam em nada às atuações dos Espíritos e dos Guias mentores da Umbanda. Desde que não se cometam excessos e abusos, é aconselhável que pessoas que participam da mesma fé, do mesmo sentimento, da mesma corrente espiritual e dos mesmos trabalhos em favor dos necessitados unam-se também em amor para o bem comum. Como dizia São Paulo: "Não é bom que o homem fique sozinho (solteiro). É melhor casar-se, do que abrasar-se."
Há que se respeitar, no entanto, as leis humanas instituídas. As leis de determinado país ou região precisam ser obedecidas pois nisso está sabedoria e ordem. Certas atitudes são contrárias às leis e aos bons costumes, portanto devem ser evitadas, como a pedofilia, o adultério, a prostituição, o incesto, etc.
É inconcebível que o membro de uma corrente espiritual umbandista aproveite-se da falta de experiência ou imaturidade de um (a) menor para seviciá-lo (a) a fim de praticar sexo. É contra a lei instituída e contra os bons costumes.
Não é bonito um membro casado da corrente manter relações com qualquer outra pessoa da corrente (ou não) que não seja o (a) cônjuge. Também é infração da lei e causa muitas dores indesejáveis e conseqüências funestas.
Aproveitar-se do corpo para obter dinheiro ou qualquer outro bem material também é inaceitável. Ainda mais quando os pactuantes da ação fazem parte do mesmo agrupamento religioso. Neste tipo de prática existem aqueles que se aproveitam do sexo para ganhar favores espirituais da mãe, ou do pai de santo, e até mesmo dos filhos e consulentes. Torna-se um ato de prostituição, digamos, espiritual...
O incesto também não pode ser cultivado num ambiente religioso. Além da lei humana que a proíbe - no caso do Brasil, por exemplo - existe a grande questão que envolve esse tipo de prática: o estupro. Se se permite que um pai, ou mãe, tenha relações sexuais com um(a) filho(a) de sangue isso gera a liberdade e a possibilidade de começar o ato na tenra idade. Do incesto para o estupro, há a distância de um passo.
Todas as coisas que são naturais são permitidas, desde que feitas com sabedoria, decência e ordem.
Falta sabedoria quando um pai de santo casado pratique o sexo com qualquer pessoa da corrente ou não;
Falta decência quando um membro da corrente engana o(a) parceiro(a) e faz sexo com outra pessoa da corrente ou não;
Falta ordem quando uma criança é desrespeitada em seus direitos e é obrigada a suportar o bafejar e as secreções de qualquer adulto em um ato sexual.
Sexo não é A porta do inferno. Mas, pode se tornar UMA ponte para muitos infernos.

Julio Cezar Gomes Pinto

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Trabalhos Encomendados e Promessas de Solução



"O que pensar desses anúncios vinculados em jornais ou panfletos distribuídos nas ruas que prometem a solução de nossos problemas amorosos, financeiros e de saúde? Eles funcionam mesmo? Trazem a solução tão desejada?


O primeiro (aspecto a ser analisado) refere-se ao desespero da pessoa que necessita ou deseja a solução. O segundo é ver envolvido o nome da Umbanda nessa questão.


Analisando o primeiro aspecto, podemos desmembrá-lo também em duas vertentes. A primeira diz respeito a compreensão da pessoa que por acreditar que seu problema não seja de seu merecimento ou “culpa”, busca no externo a solução do mesmo. Pessoas que buscam esse tipo de “atendimento” não têm menor noção de espiritualidade, de merecimento, e não estão nem um pouco preocupadas com as conseqüências que este tipo de envolvimento pode trazer, pois as desconhecem. Por acreditarem que o seu problema é conseqüência de ações de terceiros, desafiam o próprio Deus, dizendo-se não merecedoras do que estão passando.


Dentro de suas mentes obnubiladas pela dor e sofrimento, querem uma solução rápida, mágica, que as façam verem-se livres e felizes.


A segunda vertente diz respeito especificamente ao sentimento do solicitante. Muitos pedem que “a pessoa amada volte”. Ora, sabemos que quem ama realmente deseja somente o bem do ser amado, portanto não irá fazer um pedido desta natureza. Outras pessoas pedem que “fulano” perca o emprego, pois ele precisa trabalhar e o “fulano” está atrapalhando; ou então pedem pelo desencarne de “beltrano”. Francamente!


Mas, esses “trabalhos” funcionam?

Certamente que sim! Não para todos, mas para muitos ou alguns. Mas no fundo, no fundo, é imprescindível que haja absoluta harmonia entre o solicitante, o executante, a "vítima" e o astral inferior. Portanto obter o resultado desejado apenas confirma a absoluta sintonia entre essas quatro coisas.


Mas quem executa esses trabalhos em nível astral?

Espíritos que trabalham com forças trevosas, de baixo padrão vibratório e alta densidade perispiritual. Espíritos altamente ligados à matéria, ao mundo encarnado. Não são desprovidos de inteligência, muito pelo contrário, são desprovidos de luz, de esclarecimentos da verdade eterna, de amor. Espíritos que saudosos de seus tempos na terra ainda precisam se alimentar, fumar, beber, urinar, defecar, sentem-se encarnados ainda, sentem dor, prazer sexual, etc. E para satisfazerem as suas necessidades fisiológicas e outras intenções maléficas, reúnem-se em torno de encarnados que poderão, por similitude vibratória, atendê-los em seus desejos e aspirações.


Muitos se agregam aos médiuns que por sua invigilância, cedem lentamente a essas aspirações. Eles são ardilosos, chegam a fazerem-se passar por Exu, dando ao médium a impressão de estar sendo assistido pelo seu próprio Exu. Por isso é tão importante que o médium estude sempre e mantenha-se empenhado no caminho do bem e da caridade.


Dentro de sua ousadia, esses obsessores envolvem o médium dando-lhe “poderes” e sensações prazerosas em nível de terra. Atendem rapidamente as necessidades mais mundanas do médium e se apresentam como “solucionadores” de diversas questões. Mas ainda não é aí que começa a cobrança. O médium empolgado desvia-se ainda mais, começa a procurar lugares onde haja o mesmo tipo de afinidade vibratória, e tudo que estudou recebe outra conotação. Começa a atender pessoas em casa e se diz pai ou mãe no santo e a pedir, sugestionado pelos obsessores, os elementos que irão satisfazer as necessidades deles, e não vê nada de mal em cobrar também pelo trabalho que irá executar. Afinal ele também tem as suas próprias necessidades (jóias, carro novo, casa, etc), mas ter um emprego onde ganhe o seu sustento que é bom, nem pensar, pois não teria tempo para se dedicar com afinco ao serviço ao astral inferior (aliás uma das primeiras exigências dele).


A pessoa que foi pedir, poderá ou não receber a “graça”, ou seja, a solução tão desejada, mas certamente ela receberá algumas tantas companhias que turvarão ainda mais sua mente já tão conturbada e perturbada pela dor. Neste caso em especial, não receber a “graça” é que é a verdadeira graça, pois pode ser um sinal de que a pessoa não está tão envolvida assim com a espiritualidade inferior.


O segundo aspecto desta questão é quando envolvem o sagrado nome da Umbanda nestes trabalhos. A Umbanda não se presta a este tipo de coisa. Quem assim o diz está desviado de seu caminho. A Umbanda trabalha justamente para combater o astral inferior e não compactua com obsessor, mas o orienta e doutrina, ao contrário também do que muitos pensam. Portanto quem cobra por seus "serviços mediúnicos" e compactua com esses pensamentos desviados, não é umbandista, porque a Umbanda é a prática da caridade pela caridade, na busca da evolução.


No embate contra o astral inferior a primeira linha que é utilizada pela Umbanda é a linha de Exu e Pomba Gira, porque são as entidades determinadas pelo Astral Superior para esse trabalho em função de suas características vibratórias, sua enorme capacidade de manipulação energética e seu profundo conhecimento das armadilhas do astral inferior. Exu trabalha para ascender às hostes superiores, ou seja, para um dia vir a ser um Caboclo ou Preto Velho, portanto jamais irá se deixar seduzir por armadilhas que ele tão bem conhece. Além do mais, Exu trabalha sob as ordens de espíritos superiores que são os enviados de Orixá. Logo, por dedução simples e lógica não faz sentido a afirmação de que Exu faz tanto o mal quanto o bem, que não sabe diferenciar um do outro; isso significaria inocência, coisa que está longe de ser uma das características de Exu; além de significar que Exu seria um idiota, e não um espírito de luz, guardião e defensor.


Exu é passional?

Sim, Exu é passional, mas não é bobo e muito menos violenta o livre arbítrio de ninguém. Portanto, Exu não bate, não exige oferenda especial nenhuma, utiliza sim os elementos oferendados (padé e bebida alcoólica), única e exclusivamente para manipular as energias volatilizadas para a consecução dos objetivos propostos pelo Astral Superior, e o mesmo não propõe que o Exu beba através de seu médium, mas que manipule a essência dos elementos oferendados em favor dos seus comandados, estes sim mais apegados as necessidades terrenas.


Eis o motivo de Exu ser tão mal compreendido. Eis o motivo da Umbanda ser tão execrada. As pessoas leigas e os médiuns desprovidos de esclarecimento e orientação, deixam-se levar por exemplos pouco louváveis e acabam misturando as coisas.


O tempo que alguns médiuns perdem em querer aprender “fuxicos”, oferendas e agrados para os Orixás e etc, deveriam usar para elevarem o seu próprio padrão vibratório e se tornarem dignos de se dizerem umbandistas.


Mas nada acontece por acaso, pois todas as vezes que a Umbanda é atacada ela ressurge, tal qual fênix, das cinzas dos médiuns invigilantes, através da força dos que realmente amam a Umbanda."



Mãe Iassan Ayporê Pery

Dirigente do Centro Espiritualista Caboclo Pery



Mensagem a ser publicada no livro

"Umbanda - Mitos e Realidade" (no prelo)


Publicado no Blog de Mãe Iassan Ayporê Pery através da RBU - Rede Brasileira de Umbanda

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Bem Aventurados Filhos da Terra

Bem Aventurado É o filho da Terra que se assenta Na mesa do Senhor; Pois comerá do pão da vida E encherá sua alma de amor. Feliz é o filho da Terra Que caminha ao lado de Jesus; Porque andará seguro Pelas sendas da luz. Feliz é o filho da Terra Que perdoa o irmão; Pois receberá de Deus O fruto da Vida Que emana do Seu coração. Feliz é o filho da Terra Que não se fia nas coisas da matéria; Pois Deus será sua Força E o levará para a Morada Eterna. Feliz é o filho da Terra Que põe em Deus sua confiança; Pois fará com o Senhor Uma Eterna Aliança. Feliz é aquele Que nunca fecha os olhos Para a Caridade; Pois encontrará nessa Terra O verdadeiro sentido da bondade. Bem Aventurados São todos vocês hoje Que tiveram seu encontro com o Senhor; Pois receberam do Mestre Tudo o que vieram buscar E têm, a partir de hoje, O Seu favor. Pelo Espírito: Irmão Tomás Mensagem Psicografada em 29/12/2006

O Tesouro Eterno


"Quão iluminado é o caminho daquele que tem a sua riqueza nas coisas espirituais. Será como uma senda repleta de raios divinos. Essa alma terá a alegria do Espírito de Deus. Não sofrerá como aqueles que guardam um tesouro material em sua alma.

O Espírito humano que vive na Terra como se ela fosse sua morada eterna pensa que tudo o que nela há preenche seu coração e sua alma. Mas, a Terra e todas as coisas são passageiras. O Espírito que vive esse momento como se fosse eterno engana-se muitíssimo. Tudo passa, mas aquilo que é divino, não. O Amor é eterno.

Amai a caridade. Amai o próximo. Amai as revelações celestiais.

O amor às coisas materiais e a tudo o que a Terra promete é apenas ilusão.

Essa irmã que chora sofreu uma partida rápida da Terra. Não teve tempo de mudar a riqueza que havia no seu coração. Enganou-se, como muitos outros que se iludem com o brilho falso das riquezas terrenas. Achava, pobre alma, que a vaidade, a soberba e os prazeres da carne eram mais valiosos que uma vida espiritual plena. Levantou ídolos passageiros e viveu em função deles.

Não vos enganeis, portanto, com a falsa luz que sai dos bens terrenos. Não vos deixeis ser levados para o caminho da escuridão como todos aqueles que vivem na Terra um momento apenas.

A luz que sai da matéria é vazia. Não tem vida. Mas, a luz que desce do Alto é plena e cheia de vida.

Abri os vossos olhos para a oferta do Pai. Ele vos oferece um tesouro maior. Um tesouro eterno. Enchei os vossos corações com esse tesouro e não sereis enganados."

Pelo Espírito Irmão Acácio Vianna.

Mensagem psicografada em 29/10/2007.

Casa de Caridade Santo Antônio de Pádua - Guarapari/ES

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A Umbanda de Jesus




Sete Encruzilhadas, o Caboclo que anunciou o surgimento da Religião de Umbanda em 1908, declarou que Jesus seria o Mestre a ser seguido pelos umbandistas. Controvérsias à parte, já que alguns não aceitam suas palavras como base para uma vida espiritual sadia, Jesus é o modelo mais perfeito escolhido para ser o espelho dos médiuns e demais seguidores da Umbanda. Não há outro Médium vivido entre os homens que tenha subtraído toda a autoridade do Grande Mestre da Judéia em se tratando de vida mediúnica sadia e correta.
Jesus, o Médium, em nenhum momento fez alarde de sua missão na Terra. Sendo detentor de tanta autoridade, jamais exigiu que os homens se subjugassem a Ele. Jamais impôs sua condição de Ser Iluminado a fim de obter prestígio perante os grandes e diante dos pequenos. Suas palavras, cheias de autoridade, jamais foram autoritárias. Pelo contrário, tinham uma meiguice e uma simplicidade que encantavam os pequenos e incomodavam alguns que se achavam grandes.
Em sua trajetória mediúnica na Terra, Jesus aguardou o momento certo para agir em favor da caridade. Seu primeiro ato caritativo, no casamento de Caná, foi precedido de uma oração feita pela mãe que, aflita, intercedeu pelos noivos e seus pais. Jesus podia muito bem ter feito a transformação do vinho antes mesmo de Maria lhe pedir com tanta veemência, mas aguardou a hora certa. Não se precipitou, mas foi paciente para esperar que o tempo definisse o momento propício.
O médiuns de Umbanda, tanto os que estão iniciando quanto aqueles que já militam na fé, precisam ser menos apressados em ser úteis no trabalho espiritual da caridade. O tempo urge, mas não se precipita. Há médiuns que desejam ou querem tanto ser utilizados como aparelhos dos Caboclos e Pretos Velhos que não se preocupam com o próprio aprimoramento ou com o tempo certo para tal trabalho. Avançam apressadamente para os terreiros, colocando roupas brancas - ou coloridas, como queiram -, enchendo os pescoços de guias sem fundamentos e "incorporando" alguma Entidade. Esquecem-se que incorporar qualquer Entidade não é o principal. Essa faculdade é apenas uma das muitas tarefas a desempenhar durante toda a vida. O início de tudo é a mudança que deve ocorrer dentro de cada um. Assim como foi a transformação que Jesus realizou em Caná, quando a água dos jarros ganhou cor, sabor e essência de vinho.
Apressadamente, muitos médiuns estão servindo fel aos que comparecem às bodas que são realizadas cotidianamente nos Terreiros de Umbanda. Em nome da "vontade" de trabalhar ou "receber" Caboclo - como se isso fosse um verdadeiro milagre - estão sendo depositários de uma bebida amargosa, fétida e intragável, quando incorporam sem o devido preparo espiritual e logo realizam consultas e receitam banhos, garrafadas e obrigações sem fim aos convidados da festa chamada Gira. Não atinam para o fato de que eles próprios são os jarros que devem conter a verdadeira bebida espiritual que servirá para alegrar os corações necessitados que foram chamados a participar do evento. E, como se isso não bastasse, logo depois das primeiras incorporações, já tomam para si o título de "mestre divino".
Satisfeitos de sua capacidade mediúnica de incorporar e de falar em nome dos Pretos Velhos e dos Caboclos, logo sobem num pedestal ilusório e passam a encenar o quadro do Sermão da Montanha. Olham do alto para os irmãos, tal como o humilde Jesus, e orgulhosos iniciam uma pantomima que supostamente pretende ensinar aos fracos e oprimidos da última hora. Baseados em sua pouca experiência e sem a devida mudança de pensamentos, hábitos e desejos, levantam-se de peito inflado e voz autoritária sobre os menos favorecidos como verdadeiros "mestres da Galiléia".
Jesus, o exemplo apontado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, não foi um médium dessa estirpe. Ao contrário, desde moço, encheu-se de sabedoria, discernimento, autoridade e virtude para depois transmitir as novas da salvação aos homens de sua época e os dos dias atuais. Não teve como base seus pensamentos e suas experiências, mas sim as Palavras Sagradas dos Profetas.
Jesus não teve olhos para os reinos do mundo. Como médium poderia servir-se de sua condição para angariar respeito e poder diante dos magistrados, sacerdotes e senhores da Judéia, mas rejeitou os oferecimentos políticos, mundanos e passageiros, para continuar humildemente sua missão na Terra.
Jesus não se intitulou "mestre", mas Filho. Não se arvorou como "doutor", mas apresentou-se como Aprendiz diante do Templo. Não subiu num trono para ser rei, mas encurvou-se como "Servo" aos pés dos discípulos.
Assim deve ser a Umbanda praticada por aqueles que se acham estupendos por incorporarem uma Entidade de Luz. Esse deve ser o retrato daqueles que batem no peito e dizem que são "médiuns".
A Umbanda que Jesus praticou foi simples, sem estardalhaços, sem holofotes, sem soberba, mas cheia de doçura como o vinho e de palavras vivas, como as da Montanha.

Deus Salve a Umbanda!

Julio Cezar Gomes Pinto


segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O Umbandista e a Internet


A Internet, em pouquíssimo tempo, virou o maior meio de comunicação do mundo. Através das revistas eletrônicas encontramos tudo o que precisamos saber acerca dos mais variados assuntos. Desde a mais recente descoberta ao mais antigo registro da humanidade. Não há nada que fique escondido aos olhos e ouvidos humanos hoje em dia.

Os computadores se transformaram em vitrines, cinemas e bibliotecas. Nunca o homem teve tanta oportunidade de aprender mais. Desde a invenção da imprensa, na idade média, até a televisão, na contemporânea, jamais o homem conseguiu adquirir tanto conhecimento e de forma tão precisa. A Internet surgiu e revolucionou o conhecimento humano.

Os hábitos também sofreram mudanças. O teatro, as livrarias, o cinema e até mesmo a própria televisão tiiveram que se adaptar à nova realidade. A juventude que costumava ficar ligada na tv, agora fica no computador. As pesquisas escolares ganharam muito com a Internet, já as bibliotecas e livrarias, nem tanto.

E, em meio a tudo isto, aparecem as religiões. Cada qual com sua filosofia, ritual e maneira de professar a fé. Há de tudo na Internet: cristianismo, voodoo, bruxaria, protestantismo, islamismo, e é claro... umbandismo. A Umbanda é uma pequena Religião lutando por um lugar no grande panteão religioso que, em muitos casos, governa e massacra as gentes. A expansão da Umbanda faz-se necessário num mundo em que a minoria comanda e massacra a maioria, num mundo em que há tantos sofredores encarnados e desencarnados.

Sem desconsiderar a grande arma de divulgação da fé umbandista em que se tornou a Internet, é preciso porém analisar friamente o que está acontecendo com os filhos de santo ou, como queiram, filhos de Umbanda.

Disfarçados de divulgadores do nome da Umbanda surgem inúmeros filhos de fé que se transformaram em verdadeiros pop star's da Internet. É grande a quantidade de umbandistas que quer "mostrar a cara" a todo mundo, a qualquer custo e de qualquer forma. Sem levar em conta o senso e o respeito às coisas santas, vários médiuns estão colocando em cheque o próprio Terreiro que pisam. Utilizando-se de imagens extremamente pobres e de qualidade ruim, surgem os umbandistas dos dias atuais.

Estampando uma aparência de muita sabedoria e compenetração gritam alguns pretensos estudiosos das coisas ocultas toda uma verborragia sem fim com o propósito de incutir suas convicções infundadas aos menos esclarecidos. São os sábios dos dias atuais que ouviram tudo o que seus mestres encarnados lhes disseram, aceitaram de prontidão suas idéias, e passaram a divulgá-las como verdades absolutas. Ora, a venda de livros caiu vertiginosamente desde a era da televisão, então por que não usar a Internet?

Há também os neófitos que precisam extravasar toda a emoção que sentem por encontrarem o caminho que os tirou de um poço de dúvidas e questionamentos acerca do mundo espiritual. Tudo é novo! Tudo é bonito! Como é belo o mundo dos Espíritos! E lá vão eles para as páginas de relacionamentos mostrar sua conversão, seu batismo, sua primeira incorporação, seu Exu, sua Pomba Gira, seu Velho, seu Altar, sua Tronqueira, etc, etc, etc. E, logo ali, colada à foto do lugar mais sagrado do Terreiro - o Altar - uma foto do seu namorado peladão ou daquela atriz que saiu na revista masculina. Junto do médium que aparentemente está incorporado por um Caboclo, há também o vídeo da mocinha de olhar lânguido e voz sensual que, completamente nua, leva seu pretendente para a cama e mostra o coito cheio de gemidos e palavras obscenas.

Na Internet também não faltam os comerciantes da Umbanda, e de outros cultos, que não têm vergonha de se apresentarem "incorporados" pelo Pai Fulano, ou Cigana Beltrana, ou Mãe Sicrana, e apresentarem seu preço por uma "rodada" de baralho ou "lançada" de búzios. E, para confirmarem seu poder, exibem uma infinidade de penduricalhos no pescoço, rendas, lamês, turbantes, palhas e vários outros utensílios ritualísticos. É claro, não podia faltar a filmagem de uma roda de pólvora, de uma incorporação de Exu, do sacrifício de uma galinha. Tudo filmado em primeiro plano e com riqueza de detalhes em close.

Os oportunistas também não deixam de se exibir na Internet. Há hoje um grande número de candidatos a isso ou aquilo, desejosos de poder, já que o Terreiro se tornou pequeno para eles exercitarem seu poder de persuasão. Prometem ser os defensores da fé alheia, os candidatos dos humilhados e reprimidos, o salvador da religião! Consideram que a política, palco de escândalos interesseiros e mesquinhos, será a força que impulsionará a pobrezinha da religião que não consegue se unir nem dentro dos próprios centros.

Em profusão, proliferam os que necessitam de auto-afirmação. Aqueles médiuns frustrados por nao estarem à frente de um terreiro, chefiando e ditando normas que eles consideram as mais certas. Alguns babalaôs e babás que sentem uma grande inveja por não terem um belo templo. Alguns pais e mães que não conseguem chefiar nem mesmo os filhos de sangue. E também os filhos de Umbanda que ainda não aprenderam que mediunidade não é qualidade de um ser altamente iluminado ou de um "enviado" especial das Hostes Celestes. Mas, mesmo assim, querem se auto-promover e estabelecer sua condição de Mensageiros do Alto. E, baseados nessa premissa, expõem sem critério suas imagens de umbandistas ataviados de Zé Pelintra, Pomba-Gira, Exu, Marinheiro, Caboclo de pena e sem pena, desnudos, embriagados, maquiados, empunhando taças e garrafas; com capas, espadas e chapéus, lanças, bodoques, flechas; vestidos de baianas, damas da corte, marujos, índios e outros personagens saídos dos contos de terror e da Vó Benta - Não a Preta Velha - mas a do Sítio do Pica-pau.

Mesmo que a Espiritualidade não tenha aparelhos de computador em Aruanda, no Juremá ou no Humaitá, os Guias e Mentores da Religiao de Umbanda estão conectados com o que seus diletos aparelhos, cavalos e burros estão fazendo aqui embaixo, na Terra. Nada está passando desapercebido, pois não necessitam de uma tela ou da própria Internet para estarem a par do que andam fazendo em nome da Umbanda.

Como cantam os sábios Pretos Velhos, "a Umbanda é linda, pra quem sabe ler. Quem não conhece Umbanda, diz que Umbanda é cangerê!".

Deus Salve a Umbanda

Julio Cezar Gomes Pinto

Estudos Umbandistas






Olá, Irmãos Umbandistas!


Todos já devem ter percebido como os Mentores Espirituais da Religião de Umbanda Sagrada têm se movido nos últimos tempos. Temos visto jornais, revistas, TV´s, Sites e vários outros meios de divulgação levando informações úteis e maravilhosas a todos os interessados e aos seguidores da Umbanda. Já perceberam como os encontros de umbandistas têm acontecido com mais freqüência? Aqui e ali há alguma palestra, seminário, show ou debate. Os encarnados têm sido verdadeiros instrumentos do Plano Espiritual, cada um com sua corrente de pensamento ou com sua limitação.

Os novos adeptos da Sagrada Umbanda têm se preocupado em conhecer mais profundamente a doutrina e os fundamentos dela. Não estão mais só preocupados com o que estão vendo acontecer nas Giras, mas estão buscando a profundidade do ritual adotado pelo Terreiro onde frequenta. O novo adepto não é mais um curioso ou espectador das incorporações, danças e passes, mas é alguém que está encantado com a beleza da Religião que abraçou e quer aprender mais sobre ela.

Há, portanto, uma grande responsabilidade sendo colocada sobre os ombros de Dirigentes, Chefes de Terreiro, Coordenadores de Grupos, Pais e Mães de Santo Umbandistas. Estes são os responsáveis diretos pela educação mediúnica e pelo desenvolvimento sadio dos filhos e dos frequentadores de suas Tendas, Centros ou Terreiros. É preciso que nossos respeitáveis Chefes e Zeladores tomem consciência da importância de propiciar aos membros de suas Casas informações verdadeiras e coerentes sobre a Umbanda Sagrada. Está na hora de se implantar salas de estudo doutrinário em seus Terreiros. Faz-se mister que sejam fortalecidas as bases de nossa Religião através da leitura e do estudo sério e comprometido com a evolução.

Temos visto algumas Casas de Umbanda levando os ensinamentos de Allan Kardec para os frequentadores e médiuns da sua corrente. É muito louvável e merece todo o respeito por parte de todos. Porém, existe em todos os lugares do País material de sobra que trata da Doutrina Umbandista que pode ser utilizado nas suas reuniões de estudo. Há hoje muitos e ótimos escritores umbandistas que não têm medido esforços para publicar livros profundos e cheios de sabedoria. Há muita coisa boa nas prateleiras das livrarias brasileiras sobre o ritual da Umbanda, sobre os trabalhos dos Caboclos e Pretos Velhos, sobre o "mito" Exu (que precisa sair dessa condição em muitas casas...), sobre sacramentos de Umbanda, sobre a música umbandista (Vejam o trabalho do Terreiro Pai Maneco, de Sandro Matos, do Grupo Aruanã, etc...). Há ainda as bancas de revistas com ótima literatura à disposição como a Revista Espiritual de Umbanda, a Revista de Umbanda Sagrada, a Revista Orixás e muitas outras. A Internet está repleta de material para ser utilizado. Tem até vídeos doutrinários!

Irmãos Umbandistas, vamos amar a nossa Religião! Ela é tão Sagrada! tão Branca!, tão Pura! tão Natural! e tão Rica!!!

Vamos ensinar aos nossos médiuns e seus filhos o que é ser Umbandista. Vamos todos juntos atravessar o Centenário da Umbanda: pais, filhos, amigos, conhecidos, simpatizantes e curiosos.

Não deixemos mais os nossos irmãos neófitos terem vergonha de dizer que seguem a Religião de Umbanda Sagrada. Somos Umbandistas, e amamos e respeitamos os nossos irmãos (embora talvez não nos tratem assim...) evangélicos, católicos, espíritas - ainda que o Espiritismo não seja religião - budistas, candomblecistas e tudo o mais... Mas, SOMOS UMBANDISTAS!!

Julio Cezar Gomes Pinto

Por Quê Cobrar o Passe?





Ao que parece, há uma certa tolerância de alguns umbandistas para o assunto das cobranças pela caridade.

Existe uma corrente que justifica determinadas cobranças monetárias pelos serviços realizados nos terreiros de Umbanda ou em casas que assim se denominam. Não é de hoje que diversos "filhos de fé" praticam atos que não estão de acordo com o que foi anunciado há cem anos como parte do ritual do "novo culto" que ora se instalava no solo brasileiro.

Em nome do que chamam de "pagamento pelo chão", ou "pagamento pelo jogo", ou algo semelhante, umbandistas de várias vertentes da religião disseminaram uma prática que já foi combatida por todos os antigos e grandes decanos do passado. Explicaram, baseados em uma conversa muito bem elaborada e verossímil, que o pagamento pelos seus serviços de auxílio ao próximo são legítimos e corretos. "Não há mal algum nisso", defendem-se.

A máxima que define a Umbanda: "manifestação do espírito para a caridade", já ficou sem sentido. Essas palavras não encontram eco nas esquinas ou fundos de quintal onde se encontram umas casinhas com placas que as identificam como terreiros de Umbanda.

Uma observação mais apurada revelará o esquema que ali ocorre sob a anuência dos próprios frequentadores do lugar.

Ali, debaixo do silêncio de algum Pai Preto ou Caboclo, a troca da caridade por qualquer valor material é realizada sem protextos ou rubor de faces. Afinal, alguém tem que pagar!

Naquelas casinhas observa-se o tão sincero e simpático paizinho de santo incorporado por seu mentor falando humilde e cheio de simplicidade. Mas, ao seu lado, em posição de guardião, aquele que vai estender a mão para solicitar o pagamento devido. E a entidade ainda dá um sorriso cordial e roga-lhe as bençãos dos céus.

Na outra casinha de umbanda mais adiante, parecida até com uma tenda, um outro médium caracterizado de oriental pelas roupas e adereços minuciosamente produzidos para tais momentos movimenta as mãos com diversas cartas coloridas e cheias de figuras simbólicas na frente de uma mulher desesperada. A mulher está com os nervos em frangalhos porque o marido que ela tanto ama está diferente e prestes a abandonar o lar. Ela quer saber se isto vai acontecer de fato, ou se é apenas paranóia de uma mulher neurótica.

O médium diz que precisa "ler" nas cartas, mas que para isto deve receber as moedas correspondentes. "Não vou conseguir ver o seu futuro se você não pagar pelo jogo", declara o médium. Isto não é caridade, explica. Ora, não é caridade o socorro que ele vai prestar àquela mulher desesperada, portanto a sorte está lançada. Azar o dela, se as cartas disserem que o fulano já está com outra... Mas, o dinheiro tem que estar na mão do jogador, antes que a verdade venha à tona.

Mais uma casa adiante e uma nova surpresa: lá está a mãezinha tão doce do terreiro de umbanda que se ergue num bairro próximo. Ali, na casa dela, território particular, domínio seu, a coisa muda. Lá no terreiro, tudo é de "grátis". Lá, quem manda é "cabocro", mas ali quem dá o preço é a "Mãe Maria da Consolação Anunciada do Rosário Nazareno d'Oxum". E como ela sabe jogar os búzios!

No terreiro ela não pode, mas na sua residência ou consultório particular, sim... pode! Ali, na casinha com plaquinha de Umbanda, a mãezinha sacoleja vários búzios e despeja-os sobre uma cestinha de palha.

Um olhar compenetrado... Uma expressão instigante... Um silêncio mortal... e a declaração oriunda do além.

Depois do jogo, tudo pago conforme reza a cartilha, um pequena receita que vai lhe custar uma grande quantia. Mas, não há nenhuma garantia de que tudo vai funcionar. Vai depender do merecimento, ou da fé, ou da Vontade de Zambi, ou do Carma, ou dos Irmãos Espirituais, ou do Exu, ou da Pomba Gira, ou da mente, etc, etc, etc.

Se alguma coisa der errado, não há problema, pois o "pagamento" já foi efetuado através do cartão de crédito ou em espécie. Cheque...?!, Nem pensar!!!

Será que tudo isto foi previsto há Cem Anos atrás?

O chicote do Mestre só serviu para os do Templo de Salomão?

Será que o pagamento pela Escravatura da Colônia está sendo cobrado hoje?

O que mais falta acontecer?!

Ah, sim... Falta pagar o passe!

O passe deixou de ser livre.

Reflitam!

Deus Salve a Umbanda!

A Codificação da Umbanda





Não é necessário dizer que sempre vai haver correntes contrárias à Codificação. Sempre surgirão pessoas que irão levantar a sua opinião e dizer que são contra a tão falada e almejada Codificação da Religião de Umbanda.



É lógico que numa sociedade tão divergente quanto a brasileira, a diferença de pensamentos é notória. Há correntes de pensamentos diferentes até mesmo dentro das maiores religiões. Dentro do catolicismo, que segundo o Censo do IBGE continua sendo a maior religião do Brasil, há aqueles que adotam a linha carismática, outros seguem a linha (ou corrente, ou pensamento, que seja) franciscana, outros seguem os pensamentos tradicionais, etc. No protestantismo, analisamos os maiores segmentos e vemos que uns aceitam os dons espirituais, outros não. Há aqueles que optam por instituir usos e costumes, outros porém são mais liberais.



Entretanto, todos estes seguem um código institucional. Adotaram a Bíblia como bússola e livro de códigos válido para todos os seguidores. Mesmo que os fiéis leiam outros autores que discorrem sobre varios assuntos dentro da própria Bíblia, o Código dessas religiões continua prevalecendo. Permanece inalterado pois assim foi definido pelos dirigentes daquelas religiões. O Papa continua redigindo bulas e decretos, mas a sua base de pensamentos é a Bíblia. Os pastores e bispos evangélicos escrevem livros e definem a ordem nas suas igrejas e comunidades, mas a base de seus escritos é a Bíblia, o Código Cristão!Há inúmeros e maravilhosos escritores e oradores espíritas, tais como Chico Xavier e Léon Denis, e ambos usam o código instituído por Allan Kardec. Os que seguem os ensinamentos de Maomé, têm n'O Alcorão, o seu Código Islâmico.Mesmo pequenos, como somos de fato, há que se determinar também um Código Umbandista!



Uma grande religião segue uma direção só. E esta direção é definida pelo seu conjunto de ordens e determinações.



Uma religião que segue desordenada, sem uma base definida, sem um conjunto de preceitos e fundamentos determinados, tende a se perder ao longo dos tempos. Vai chegar num ponto em que a confusão estará tão disseminada que ninguém vai mais se entender. O adepto não saberá em qual tenda ou terreiro deve ficar porque, sob a mesma "bandeira", sob o mesmo nome, ele encontra coisas totalmente contrárias entre si. Nunca saberá quem está falando a "Verdade", pois é o que ele está procurando.



Ora, um rebanho necessita apenas de um pastor. Isto é científico e tradicional! Sem a figura protetora do pastor, as ovelhas se dispersam. Se houver mais de um pastor, o rebanho não saberá a quem seguir, pois ambos caminham em direções opostas. Se houver muitos pastores, então! As ovelhas não sairão do lugar!!!



Não é o que desejamos para a Umbanda!



Almejamos o reconhecimento e a união! Almejamos o respeito que merecemos e merecem mais ainda os queridos Pretos Velhos.



Um código, sem dúvida, vai definir O Caminho que a Umbanda deve seguir.



O Um Código Umbandista arrancará do seio da nossa religião os mistificadores e falsos umbandistas, pois só assim é que poderemos extirpá-los do nosso meio. Os mercadores da fé também ficarão na marginalidade, pois não poderão se intitular mais umbandistas. Vejam o exemplo do que acontece com os ditos "espíritas" que não seguem as determinações de Allan Kardec.



A Umbanda merece ter um Código que defina suas bases doutrinárias e delineie a conduta do umbandista que segue com integridade aquilo que os Guias determinam.



Julio Cezar Gomes Pinto